Escolas-forno dificultam ensino e aprendizado em Caxias

Assim está o teto da Escola Municipal Mariana Nunes Passos, na localidade de Xerém, embora o município tenha recebido repasses de R$ 250 milhões para a Educação em 2014

Temperatura elevada atrapalha raciocínio tanto do professor quanto do aluno

Em algumas unidades da rede municipal de ensino de Duque de Caxias ensino e aprendizagem não estão sintonizados e isso as avaliações do Ministério da Educação já comprovaram através da baixa colocação do município no Ideb, mas uma das causas dessa dicotomia vieram à tona na última quarta-feira durante uma audiência pública promovida em Xerém, distrito de Duque de Caxias, pelo projeto Ministério Publico pela Educação (MPEduc), que reúne os ministérios públicos federal e estadual): são as escolas sem aparelhos de ar condicionado, extremamente necessários em tempos de sensação térmica que pode chegar a 50 graus.

Durante o encontro que reuniu promotores, procuradores da República, profissionais de ensino, membros da comunidade e o secretário de Educação do município, Marcos Villaça, a falta de climatização foi uma das reclamações mais recorrentes. Questionado sobre o problema, o secretário afirmou que um dos objetivos da Prefeitura é reestruturar a rede elétrica das escolas para permitir a instalação de ar-condicionado. A audiência do último dia 28 foi o terceiro e último encontro da fase de diagnóstico do projeto em Duque de Caxias, quando foram realizadas audiências públicas que reuniram representantes dos quatro distritos. Esses encontros são uma oportunidade para professores, diretores e pais de alunos debaterem os problemas que atingem as escolas da região.

Além de problemas relacionados à estrutura das escolas, outras questões foram debatidas na audiência pública, como a falta de regularização dos imóveis da rede de ensino no Registro Geral de Imóveis (RGI), que impede escolas de receberem verbas federais para melhorias em infra-estrutura; a ausência de um plano pedagógico consistente e duradouro, que possibilite aos profissionais da educação um planejamento adequado de suas aulas e atividades, e as dificuldades que alunos têm no transporte escolar.

O procurador da república Eduardo El Hage, que representa o Ministério Público Federal (MPF), mostrou alguns números da educação no Brasil e em Duque de Caxias. Embora tenha recebido mais de R$ 250 milhões da União no ano passado, Duque de Caxias tem um dos piores índices de educação (Ideb/MEC) no Rio de Janeiro. Segundo El Hage, alguns problemas relatados já estavam sendo solucionados pela Prefeitura, a exemplo da falta de água nas escolas. “O MPEduc é importante porque dá celeridade à resolução dos problemas relatados pela comunidade sem a necessidade de recorrer ao Poder Judiciário”, ressaltou ele. 

A importância do envolvimento global no processo de educação foi uma necessidade ressaltada por muitos participantes. “Agir de forma real para melhorar a educação é um compromisso de todos”, ressaltou a subsecretária de educação de Duque de Caxias, Daniela Pereira, também integrante da mesa. Por isso, uma melhor estruturação dos Conselhos Escolares, que contam com a participação tanto da escola quanto de familiares dos alunos, também foi pedida.

A promotora de justiça Elayne Rodrigues, representante do Ministério Público Estadual, explicou aos participantes como funciona o projeto e a parceria entre o Ministério Público Estadual e Federal: “É necessária uma sinergia entre as recomendações feitas pelo MPEduc e as diretrizes do Plano Nacional de Educação, para não haver esforços indo em direções contrárias.”

Após a audiência, o procurador e a promotora visitaram a Escola Municipal Mariana Nunes Passos, que se encontrava em estado bastante precário. Puderam ser observados vários problemas de infiltração no teto, acarretado goteiras por todas as salas de aula. Além do problema no telhado, na visita foram constatados fios desencapados.

Comentários:

  1. O meu filho estuda no colegio Nova Campina e não tem ar condicionado, só tem dois ventiladores que não dar contar, pra uma sala grande e com muito aluno.Isso atrapalha
    o desempenho do aluno.

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