As ligações perigosas de uma prefeita

Solange diz não se lembrar do conteúdo dos requerimentos assinados em 2011

Hoje governando Rio Bonito, Solange Almeida, quando deputada, teria sido usada por Eduardo Cunha para pressionar empresas com contratos com a Petrobras

Dois requerimentos de informação apresentados pela então deputada federal Solange Almeida (PMDB), hoje prefeita de Rio Bonito, podem ter sido objetos de pressão para que duas  empresas com contratos com a Petrobras continuassem fazendo pagamento de propinas ao hoje presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB). Segundo o doleiro Alberto Youssef – operador do esquema de corrupção montado para desviar dinheiro da Petrobras para sustentar políticos e partidos -, os requerimentos de Solange foram encomendados por Cunha para fazer pressão sobre as empresas Toyo e Mitsui que, em 2011, teriam interrompido  repasse de dinheiro para o parlamentar. Segundo o doleiro afirmou em delação premiada, Eduardo Cunha recebia propina por um contrato de aluguel de um navio-plataforma de propriedade da Toyo e da  Mitsui.

De acordo com o que foi apurado até agora, em um primeiro requerimento Solange pediu ao Tribunal de Contas da União informações sobre auditorias feitas aos contratos do Grupo Mitsui com a Petrobras ou qualquer das suas subsidiárias no Brasil ou no exterior. Já no segundo ofício a então parlamentar requisitou ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, informações e cópia do todos os contratos, aditivos e respectivos processos licitatórios, envolvendo o Grupo Mitsui e a Petrobras e suas subsidiárias no Brasil ou no Exterior”.

Também foi apurado que em resposta às solicitações feitas por Solange Almeida o Tribunal de Contas da União alegou que os pedidos eram vagos, pois não continham “informações mínimas necessárias para averiguação”. O TCU também revelou que na época não havia nenhuma investigação sobre contratos dessas empresas.

A prefeita diz não se lembrar do conteúdo dos requerimentos e diz que pedir informações é praxe na Câmara dos Deputados. Já Eduardo Cunha nega que tenha feito qualquer requerimento pedindo informações sobre os contratos das duas empresas e diz que não pode ser responsabilizado por atos de outros parlamentares.

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