Petistas prevêem campanhas pobres em 2016

André Ceciliano acumula duas derrotas em Japeri, mas prepara-se para tentar de novo. Mais leve, politicamente falando, Artur Messias quer recuperar o poder em Mesquita, onde já foi duas vezes prefeito

E alguns já pensam até em desistir da vida pública

Desde 2004 abastecidas financeiramente por doações diretas e indiretas conseguidas através do diretório nacional do partido, as campanhas de candidatos petistas às prefeituras fluminenses agora deverão ser mais humildes, com base apenas nos esforços da militância, nos já manjados dossiês fajutos contra adversários e o uso das instituições. Na Baixada Fluminense, por exemplo – onde o Partido dos Trabalhadores tinha as prefeituras de Paracambi, Nova Iguaçu e Mesquita – um nome sempre contou com o endosso financeiro do PT nacional, mesmo disputando o poder em cidades pequenas, como Paracambi e Japeri. Na primeira André Ceciliano se elegeu duas vezes, a segunda no tapetão. Em Japeri, onde tem concorrido desde 2008, ele acumula duas derrotas para um mesmo adversário, está se movimentando para tentar de novo em 2016, mas já sabe que o dinheiro para a campanha não virá como antes.

Atualmente o PT tem na região apenas a Prefeitura de Paracambí e se conseguir mantê-la será mais pela fragilidade dos adversários que pela gestão do prefeito Tarciso Pessoa, que está cumprindo o segundo mandato e ainda não escolheu um nome para lançar em 2016. Se o PT de Paracambi ainda não sabe o que fará no próximo pleito, o de Mesquita praticamente já definiu o seu: duas vezes prefeito, Arthur Messias é visto na região como membro da “banda boa” do partido e vai tentar recuperar o poder em 2016. Diz que pretende realmente ser candidato e sabe muito bem o que terá pela frente: o prefeito Rogelson Sanches Fontoura, o Gelsinho Guerreiro – eleito pelo PSC em 2012 – vai tentar a reeleição e já demonstrou que sabe jogar pesado numa eleição e que não tem pena de gastar dinheiro nessa hora e demonstrou isso no ano passado, quando montou uma estrutura gigantesca para garantir uma cadeira na Assembleia Legislativa para a primeira dama Daniele Guerreiro.

Em Nova Iguaçu, onde em 2004 e 2008 choveu dinheiro para eleger e reeleger o forasteiro Lindberg Farias prefeito, o PT vai de mal a pior e, praticamente em frangalhos, tenta se manter vivo. Sem nomes fortes para fazer frente a possíveis candidatos a prefeito como Rogério Lisboa, Felipe Bornier e Walney Rocha, se resolver bancar uma candidatura própria o nome escolhido deverá ser o vereador Carlos Ferreira, o Ferreirinha, que tem Lindberg como ídolo e o reputa como seu maior cabo eleitoral.

 “O PT está enfraquecido em todos os sentidos e só conta agora com uma militância nada empolgada. Não vai ser nada fácil manter o espaço que ainda tem e muito mais difícil será recuperar o que já perdeu. Não creio numa vitória em Paracambi, em Japeri o André nunca esteve com a bola cheia como imagina, mas pode fazer frente, mas em Nova Iguaçu o Ferreira não faz nem cócegas. Creio que a única possibilidade real está em Mesquita, não pelo PT, mas pelo nome do Artur”, analisa um petista histórico da região, hoje afastado, segundo ele, “por conta de grandes decepções”.

Comentários:

  1. Elizeu, parabéns pela análise correta dos fatos. Acredito que o deputado André Ceciliano, não concorrerá em Japeri. Duas derrotas consecutivas, desgastaram a sua imagem junto ao eleitorado. O seu candidato, será o vereador Helder Pedro, do PT do B.

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