Mas a cidade começou a ser repensada para um futuro melhor

Ex-distrito de Nova Iguaçu, Belford Roxo foi instalado como município em 1992 e tem, segundo estimativa do IBGE, cerca de 480 mil habitantes espalhados por uma extensão de 77 quilômetros quadrados, uma área 100% urbana. São 6.031,38 moradores por quilômetro quadrado e muitos problemas, situação crítica que a Prefeitura não tem como resolver sem ajuda externa. Esse quadro, afirma o prefeito Dennis Dauttmam (PCdoB), se deve à falta de planejamento, o que o obriga a olhar para o hoje com olhos abertos para o amanhã: repensar a cidade para que os próximos anos sejam melhores que os últimos. “Resolvi replanejar a cidade e elaborar projetos para o futuro, repensando o município sem deixar de encarar os problemas de frente”, diz Dennis, que já foi vereador e conhece a realidade de cada bairro.

Os números hoje não são nada animadores para um político: dos 220 mil imóveis existentes no município apenas seis mil tem registro, o que significa dizer que 70% dos proprietários de imóveis não pagam o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), pois suas edificações existem de fato – demandam gastos públicos com serviços básicos e coleta de lixo -, mas não existem de direito. Se não arrecada o que deveria com o IPTU, o município também não conta com um bom mercado de trabalho. “Temos poucas indústrias, quase nenhuma fonte de arrecadação e dívidas herdadas a pagar. Nos faltam recursos próprios para investir em obras e melhorias para população. É com os recursos vindos de fora, que tudo está começando a clarear. Temos muitas coisas positivas para começar a acontecer”, completa ele.

Para o prefeito, o crescimento desordenado é a causa de todos os problemas de infraestrutura e é por isso mesmo que a cidade está sendo repensada. As realizações que acontecem desde o 2013 são resultados de um constante bater às portas dos governos federal e estadual. É dessa forma que Dennis conseguiu chamar a atenção para o município e acabou de lançar um importante pacote de obras: são R$ 70 milhões do governo federal para obras em sete bairros diferentes, intervenções que compreendem a reforma e modernização de duas praças no centro e uma no bairro Wona; a reconstrução da Rodoviária do bairro Lote XV, a construção de uma quadra poliesportiva e de uma área de lazer no bairro Vilar Novo, além da reforma da Vila Olímpica e obras de urbanização e saneamento básico de nos bairros São Leopoldo e Shangri-Lá.

“Na verdade Belford Roxo está passando pelo maior número de intervenções de sua história. São 435 ruas sendo reformadas, outras 13 frentes de obra em andamento, fora o que já foi concluído com a parceria com os governos estadual e federal. Neste âmbito, mais de 30 bairros tiveram ruas recapeadas com o projeto Asfalto na Porta, e 255 vias estão sendo reconstruídas através do Programa Asfalto na Porta. Também tem obras em Nova Aurora, onde 99 ruas estão sendo reformadas, fora as 26 vias que foram concluídas no Parque Maringá”, pontuou o prefeito, externando ainda que está aguardando a chegada de recursos para iniciar a revitalização da Avenida Joaquim da Costa Lima e do centro da cidade.