Ideia esquisita em Macaé

Marcel Silvano quer impor controle, mas criação de conselhos só pode ser proposta pelo Poder Executivo e com finalidades claras

Vereador quer criar conselho de comunicação

A fracassada proposta do PT de criar um conselho nacional de comunicação que, no papel, teria como razão de ser a saudável democratização dos meios de comunicação no Brasil, mas que na prática viria para controlar a atuação dos jornalistas no país, foi exportada para o interior fluminense e, como não poderia deixar de ser, pelo mesmo Partido dos Trabalhadores, só que em escalão menor: o vereador Marcel Silvano, único membro da legenda na Câmara de Macaé, resolveu propor que seja instituído o Conselho Municipal de Comunicação, para combater, o que ele classifica como “política subversiva”. O problema é que o aprendiz de censor esqueceu-se de estudar a lição de casa e o seu projeto de lei já nasceu na ilegalidade: a criação de conselhos, sejam eles quais forem, só pode ser proposta pelo chefe do Poder Executivo.

A ideia defendida em plenário pelo vereador seria fiscalizar os recursos públicos destinados à publicidade, mas muitos de seus pares estão vendo nisso outro propósito, uma tentativa inibir ou intimidar os órgãos de comunicação no município, mídia impressa, eletrônica e emissoras de rádio que desagradem aquilo que atente contra a democracia particular do PT, que só aceita o noticiário contundente quando este afeta apenas os adversários da legenda.

Marcel justifica sua proposta afirmando que a população deve acompanhar a aplicação do dinheiro gasto em publicidade, para acabar com a política subversiva que, segundo ele, alimenta os que prestam a desinformação. Entretanto, alguns membros da Câmara lembram que os caciques do PT, a nível nacional, classificam como política subversiva e desinformação todo o conteúdo que desagrada ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff e depõe contra o desastroso jeito petista de governar.

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