Desrespeito gera proibição de cultos nos trens

Ação judicial foi motivada por agressões verbais a praticantes de outros credos

Em decisão divulgada na noite de hoje, o juízo da 7ª Vara Empresarial da Capital proibiu a realização de cultos religiosos nos trens urbanos, julgando procedente uma ação civil pública ajuizada pelo titular da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Consumidor e do Contribuinte, Rodrigo Terra. O promotor sustentou no processo que os usuários reclamaram junto ao Ministério Público de que “as manifestações religiosas incomodam grande parte dos usuários, por serem feitas a altos brados, por meio de entonação de cânticos, instrumentos musicais, gritarias e ofensas verbais àqueles que não comungam da mesma fé”. Apesar das reclamações apontarem contra a atuação de grupos evangélicos, a decisão judicial veta qualquer tipo de manifestação religiosa nos vagões da SuperVia.

De acordo com a sentença, a concessionária fica obrigada a “colocar avisos em suas bilheterias e trens, comunicando ao público a proibição de cultos religiosos, de qualquer natureza, em seus vagões”, além de “informar sobre a possibilidade do uso de força coercitiva, pela autoridade competente, sob pena de multa diária de R$ 5 mil”.

Segundo o Ministério Público, a ação foi baseada em inquérito que registrou mais de uma centena de queixas à SuperVia. De acordo com o promotor Rodrigo Terra, “embora a maioria das reclamações se refiram a grupos evangélicos, o fato é que qualquer segmento religioso que adote práticas semelhantes, capazes de constranger ou causar desconforto aos usuários do serviço, não encontra nos vagões ferroviários o ambiente adequado para a manifestação de seu credo”.  A intolerância de alguns grupos evangélicos em relação aos adeptos de outros credos tem sido alvo de várias ações judiciais. Inquéritos relatam agressões verbais e ataques contra a honra, principalmente contra espíritas.

Comentários:

  1. Sou evangélico, porém concordo plenamente com a decisão judicial. De fato a falta de cultura predominante na população que faz uso dos trens da supervia, faz com que muitos utilizem palavras erradas e sem dúvida, ofensivas a todos os demais credos. Infelizmente, tais posturas em vez de converter, acabam gerando repulsa. A decisão do magistrado proporciona inclusive uma melhora na imagem de tais denominações religiosas.

    1. Também concordo, a palavra de Deus acima de tudo precisa ser respeitada e cada um conforme aquilo que crê, dessa forma estão manchando a imagem a imagem do Cristão. Nem Jesus criticou quem não o seguia. Acho que trem não é lugar de cultos ou de qualquer manifestação religiosa, para isso já tem as igrejas, os templos … e é o próprio Deus que direciona.

  2. Sou evangélico, porém a favor da decisão judicial. Já pensou se todas religiões se acharem no direito de fazerem seus cultos dentro dos vagões dos trens , imagina os praticantes do candomblé tocares seus instrumentos e fizerem seus rituais dentro do trem? certamente nenhum evangélico concordaria. Então a lei tem que ser pra todos, não pode, não pode e ponto final,tem muitos lugares que necessitam de evangelizar sem ser nas composições dos trens.

    1. Sábias palavras, também sou Cristã, e me sinto envergonhada quando vejo algo desse tipo. As pessoas pelo fanatismo ou religiosidade demasiada, perderam a noção de respeito e acabem distorcendo a palavra de Deus e ofendendo outras pessoas que praticam outros credos. É lamentável que seja necessário ocupar o Judiciário com coisas desse tipo, por pura falta de bom senso da parte das pessoas que tais coisas praticam e mais uma vez engergonhando a classe evangélica.

  3. Algumas vezes cheguei a presenciar tais atos, e posso dizer é horrível, lastimável tais atitudes, um desrespeito total até mesmo ao próprio Deus. É uma gritaria, que ninguém acaba não entendendo nada.
    Sou Cristã e não concordo nem um pouco com tais atitudes, primeiro que Deus não é surdo e pra falar Dele par outras pessoas, é preciso respeitar. No grupo em que frequento, nosso pastor nos orienta a falar com quem quer ouvir, o nosso próprio proceder já fala por si só, as pessoas vendo o nosso proceder se interessa em ouvir sobre o que praticamos, não precisamos impor o nosso credo a ninguém. Ótima decisão do Judiciário, só lamento que tenha precisado chegar a esse ponto para se dar um basta nessa pura falta de respeito e não de uma evengelização. Lamentável, porém, necessário.

  4. Também deveria proibir cultos nas praças públicas, pois incomoda quem está em uma praça para descansar e é obrigado a ficar ouvindo ameaças que se não converter será castigado pelo demônio, não respeitam ninguém. Quem trabalha no centro do Rio de Janeiro já deve ter visto dois homens na praça da carioca entre o convento e a estação do metro, ficam segurando duas placas escritas que quem é católico vai parta o inferno, todos os dias a tarde ficam falando com microfones chamando todo mundo que passa na rua de pecadores, fico pensando qual foi o trauma de infância que eles tiveram, provavelmente foram oprimidos pelos pais que os obrigavam a ler bíblia todos os dias, e provavelmente foram proibídos de quaisquer diversões.

  5. É muito justo essa decisão judicial, sou kardecista e penso que todos devem respeitar a religião alheia. Isso se chama FANATISMO na minha opinião, essas pessoas querem ser donas do mundo, se acham melhore e vivem num mundo à parte…….. RIDÍCULO!!!!!

    Abraços Elizeu, adooooro seu blog.

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