Grupo teria cometido uma série de crimes eleitorais

Município com grande potencial econômico, São João da Barra, no Norte Fluminense foi alçado como alvo de uma verdadeira quadrilha de políticos no ano passado, formada para manter no poder o grupo da então prefeita, Carla Machado (PMDB). Pelo menos é esse o entendimento do procurador regional eleitoral Maurício da Rocha Ribeiro, que denunciou ontem a ex-prefeita, o prefeito José Amaro de Souza, o Neco (PMDB), os vereadores Alex Firme, Elísio Rodrigues, além dos candidatos não eleitos a vereador Renato Thimóteo e Alex Valentim, por vários crimes foram cometidos durante a campanha para a eleição de 2012.

Segundo o procurador, a quadrilha era liderada por Carla Machado, acusada de oferecer dinheiro, cargos na Prefeitura e participação em suas futuras licitações para que políticos adversários desistissem de suas candidaturas a vereador, para que o grupo dela fizesse o maior número de cadeiras na Câmara Municipal. De acordo com a denúncia, os vereadores Alex Firme e Elísio Rodrigues foram cooptados em uma negociação ocorrida na residência de Carla e o prefeito eleito é acusado de tentar aliciar outro político da cidade. “Os crimes cometidos pela quadrilha foram ordenados pela ex-prefeita, mas tiveram o aval do atual prefeito José Amaro, pois algumas promessas para obter apoio seriam cumpridas no governo dele”, afirmou o procurador Maurício da Rocha Ribeiro, em nota distribuída pela procuradoria.  Para ele, “foi uma ação coordenada com a pretensão de aniquilar a oposição local”.

A disputa pela Prefeitura de São João da Barra foi marcada por várias denúncias de irregularidades e operações policiais. Numa dessas operações Carla Machado chegou a ser presa pela Polícia Federal, depois de flagrada em gravações telefônicas, autorizadas pela Justiça, negociando a compra de apoio político. O prefeito e dois vereadores poderão ter os mandatos cassados.