
Empresa de homem que não existe recebeu R$ 32 milhões
O homem que sob nos altares das igrejas evangélicas pelo interior a fora e imposta a voz para falar de fé e salvação em nome de Deus, é o mesmo que, segundo denunciou a revista Época, faz negócios com um “fantasma”, transações que envolvem milhões de reais. Trata-se de Anthony William Matheus, o ex-governador do Rio e deputado federal mais votado. Garotinho, que já teve uma condenação por formação de quadrilha, é citado agora em novo escândalo: sua ligação com o empresário George Augusto Pereira, um “fantasma” que usa o número do RG de uma mulher, já recebeu cerca de R$ 32 milhões da Prefeitura de Campos e ainda tem pelos mais R$ 15 milhões em contrato. Garotinho, que parece apostar na desinformação dos que lhe dão ouvidos quando posa de servo de Deus e pregador de sua palavra, tem muito que explicar a Deus e aos homens.
De acordo com denúncias veiculadas pela revista Época – com base numa vasta documentação – o “fantasma” montou um esquema de desvio de dinheiro público que envolve a família Garotinho e o Partido da República, através da GAP Comércio e Serviços Especiais, contratada pela prefeita Rosinha Garotinho para alugar ambulâncias ao município de Campos. Segundo a revista, a relação entre Garotinho e a GAP é antiga e em 2011 o deputado alugou um carro da GAP, um Ford Fusion 2011, usando verba da Câmara. “O automóvel estava destinado a seu uso pessoal em Brasília, durante o exercício da atividade parlamentar. Na mesma época, em junho de 2011, Wladimir Matheus, filho de Garotinho, destruiu contra um muro um Ford Fusion 2011, avaliado em R$ 80 mil. Era o mesmo carro alugado por Garotinho com dinheiro da Câmara? Segundo ele, não. Foi uma coincidência”, relatou a Época.
Aprofundando-se nas investigações, a revista apurou na Junta Comercial, que o fantasma George Augusto Pereira tinha 99,8% das ações da GAP. A Época conseguiu cópia da carteira de identidade usada por George para abrir a empresa e constatou ser o documento “uma falsificação grosseira”. Segundo a revista apurou junto ao Instituto de Identificação Félix Pacheco, “o número do RG e a data de expedição da carteira não são de uma pessoa chamada George. Eles correspondem a uma mulher paraibana, de 48 anos de idade, moradora de um bairro pobre de São Gonçalo”. O nome dela é Josefa Gomes dos Santos Carvalho. Ainda de acordo com o que foi apurado pela revista, George usou a carteira de identidade falsa para tirar um CPF, sua empresa tem ativos que somam R$ 5,5 milhões.
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