CPI do ouvi dizer divide Câmara em Magé

Vereador faz requerimento, mas não mostra sustentação legal

Conhecida como cidade do “ouvi dizer”, “alguém falou” e do “andam dizendo por aí”, Magé vive mais uma turbulência provocada por um “ouvi dizer” que está contribuindo bastante para fomentar uma crise política entre os poderes Executivo e Legislativo. É que demonstrando desconhecer os trâmites legais para se proceder com um processo investigativo, o vereador Miguelangelo Pereira Piligrino, o Miguelzinho da Climamp (PRB), apresentou requerimento com a finalidade de formar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para apurar, segundo ele, “irregularidades na realização dos festejos do carnaval deste ano”. Assinado por doze dos 17 membros da Casa, o requerimento foi protocolado através da Comissão de Saúde (nada a ver com o assunto), presidida por Miguelangelo, baseado em denúncias anônimas e sem apresentar documentação capaz de sustentar o pedido. Isso ocorreu há 18 dias e até ontem nenhuma documentação legal fora entregue pelo proponente, o que irritou alguns dos vereadores que assinaram o requerimento.

Desde que a proposta foi apresentada – o que ocorreu no último dia 13 – já aconteceram quatro sessões ordinárias e em nenhuma delas o requerimento pode ser submetido a apreciação do plenário, que é soberano para decidir se a CPI será formada ou não. “Não se pode formar uma comissão de inquérito com base no ouvi dizer, em denúncias anônimas. Se houve irregularidade na realização do carnaval por que não se propôs isso antes?”, questionou o vereador Werner Saraiva.

Embora tenha assinado o requerimento apresentado por Miguelangelo, Eduardo Domingues Marques (PMDB) fez um discurso duro contra a denúncia “capenga” e mostrou irritação pelo fato de o proponente estar se propalando líder do bloco que assinou o documento. “Minha caneta de vereador me foi dada pelo povo que me elegeu e estou aqui para fiscalizar. Eu não tenho líder, pois não sou membro de gangue”, disparou Domingues em discurso recheado de elogios a gestão do prefeito Nestor Vidal, feito na tribuna da Câmara na última sessão dessa semana.

Na verdade, alguns membros da Câmara estão se sentindo usados na defesa dos interesses do autor do requerimento e do vereador Geraldo Gerpe, o Geraldão (PSB), o mais ferrenho crítico do governo do qual Miguelangelo fazia parte e era defensor até ser demitido da Secretaria de Esportes e Turismo. Indo no embalo de Miguelangelo e de Geraldo, novatos como Silmar Braga de Souza (PMDB), João Batista Isaias, o Joãozinho da Serrana (PSC) e Joelson Alves de Souza, o Joelson do Saco (PPS), acabaram se queimando em suas bases.

 

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Comentários:

  1. Esse ouvi dizer é mesmo típico de nossa cidade. Vai gostar assim de um boato lá em Magé. O que se ouve falar numa roda de fofoca formada por desocupados ganha logo tom de verdade absoluta.

  2. O Miguelzinho é parente do Amisterdam e não sai da casa do Washington Reis. Ouviu um canto da sereira, atendeu a encomenda da CPI e deixou mal os seus pares na Câmara.

  3. O bom disso tudo é que o prefeito não está se deixando levar pelas pressões de gente como Geraldão e Vandro. O Miguelzinho é um inexperiente que pensa que o mandato de vereador é muita coisa, que acha que pode fazer o que bem entende e cassar o prefeito no grito para agradar os que lhe fizeram a encomenda da CPI.

  4. Opa, espera ai, onde é que está o “ouvi dizer”, o “alguém falou” e o “andam dizendo por aí”? O Miguelzinho disse com todas as letras que foi exonerado porque se negou a atestar uma nota fiscal muito estranha referente a gastos com o carnaval e a um período em que ele não era nada na prefeitura. Ele pode até estar P da vida por ter sido exonerado, mas está querendo fazer uma coisa que poucas vezes vimos nossos digníssimos vereadores fazerem, que é fiscalizar os atos do prefeito. Achou tudo muito estranho e solicitou uma CPI. Repito, ELE ESTÁ FAZENDO O TRABALHO DELE, QUE É FISCALIZAR OS ATOS DO PREFEITO.

    1. Veja só, ai é que está o problema. Ele falou, falou e só isso. Não mostrou documento nenhum. Até agora só tem o requerimento e a fala de um sujeito que só virou contra o governo depois que foi exonerado. Se ele fosse sério como quer demonstrar que é, deveria ter pedido demissão do cargo assim que lhe pediram para assinar o tão processo. Não o fez, ficou caladinho. Olha, eu me identifo, tá. Não sou an}onimo. Sou o cidadão mageense José Carlos de Souza Meireles.

      1. Prezado José Carlos de Souza Meireles, a CPI serve para isso, para solicitar e averiguar os documentos necessários que não se tem em mãos e que se encontram em poder da prefeitura. Não estou questionando a idoneidade do Miguelzinho e nem posso faze-lo, pois não o conheço, só que, repito, ELE ESTÁ FAZENDO O TRABALHO DELE, QUE É FISCALIZAR OS ATOS DO PREFEITO. E quanto ao anonimato, o Elizeu não o proíbe, sou cidadão mageense também e quero o melhor para minha cidade também.

    2. Você quer saber onde está o o “ouvi dizer”? Você mesmo disse onde está. O Miguelzinho falou com todas as letras e não mostrou nada escrito. Os bobões ouviram e embarcaram. Você acha que gente como Vandro e Geraldão querem alguma coisa séria?

      1. João da Rua, ele não tem como mostrar alguma coisa escrita porque todos os documentos (editais, termos de referência, contratos, empenhos, processos de medição, notas fiscais, etc), estão com a prefeitura. Com a CPI, ele poderá ter acesso a todos os documentos para fazer o trabalho dele, que é o de fiscalizar os atos do prefeito..

        1. Cara, se você quer defender o Miguelzinho se informe primeriro. Antes de abrir uma CPI se apresenta requerimentos com pedidos de cópia dos processo capa a capa. A partir de uma análise nesses processos, havendo indícios de irregularidade, se apresenta o pedido de CPI. Essa é regra do jogo. É que o Miguelzinho não sabe nada mesmo. Aliás, se ele era secretário e foi demitido por discordar do processo do carnaval poderia ter tirado uma cópia dele.

          1. Prezado João da Rua, longe de mim de querer defender o Miguelzinho, mas o fato é o seguinte, se ele errou nos trâmites, ele não errou sozinho, errou com mais 12 colegas de vereança que assinaram junto com ele o requerimento da CPI e queira ou não queira, vou repetir, ELE ESTÁ FAZENDO O TRABALHO DELE, QUE É FISCALIZAR OS ATOS DO PREFEITO. Seja lá porque motivo for, só isto já me basta, ver vereador trabalhando como vereador e não como fornecedor. Fique com Deus.

  5. Uma vergonha para Magé!!! Como esses inocentes se deixaram levar por lideres como Geraldão, Vandro e Miguel? Só podem terem sido iludidos por outros interesses. E Carlinhos da Ambulância ? Que decepção!!! Não me engana mais!!

  6. O onus da prova pertence ao acusador.No caso, empresario da saude.Como vereador e tambem membro do comissão de saude da Camara está perfeitamente credenciado a continuar seu propósito.A CPI será muito bem vinda.

  7. Esse João da Rua sabe das coisas. É assim mesmo. Primeiro os requerimentos com pedidos de informações. Em havendo indícios de irregularidade se apresenta o pedido de CPI. Aprendeu, Miguelzinho? Não vou ensinar de novo.

  8. Coitados, né? Foram usados pelo Miguelzinho… Aaah vá!
    Agora q eles tão vendo q esse pedido de CPI foi um grande “mico”, querem se fazer vitima.
    Isso é Magé!

  9. Alguns colegas de Blog já escreveram algumas vezes aqui, que nós mageenses somos um povo estranho. Estou chegando a esta conclusão também. Nossos digníssimos vereadores estão tentando fazer o trabalho deles, coisa que é muito rara e tem um monte de gente reclamando. A estes que reclamam, espero que tenham a decência de não dizerem que estão defendendo o regimento interno da Câmara.

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