Prefeitos da região do petróleo querem reativar linha férrea

Grupo busca soluções para acabar com gargalos logísticos no transporte

As cidades que mais recebem royalties do petróleo estão pensando no futuro e querem se livrar dessa dependência dos recursos repassados pela Petrobras. Querem atrair empresa e ampliar o mercado de trabalho, mas para isso precisam acabar com os gargalos logísticos no transporte. A saída, entendem os prefeitos dessas cidades, está na duplicação da BR-101, na revitalização da linha férrea, melhorias das estradas estaduais e na construção da Rodovia Translitorânea. Essas propostas foram discutidas na reunião da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo e Gás (Ompetro), realizada em Casimiro de Abreu, num encontro que reuniu os prefeitos de Casimiro de Abreu, Antônio Marcos Lemos; Macaé, Aluízio dos Santos Júnior; Campos, Rosinha Garotinho; o secretário de Fazenda de São João da Barra, Ranufo Vidigal; subsecretário de Desenvolvimento Econômico de Rio das Ostras, Virgílio Lagrimante e o representante da Agencia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Marcelo Vargas, além do deputado federal Paulo Feijó.

A presidente da Ompetro destacou que a organização tem que pensar em macroquestões, mas sem esquecer as demandas de cada município. “A duplicação da BR tem que ser discutida com todos os municípios que serão impactados pela obra. No entanto, cada prefeito deve apresentar suas demandas a Ompetro para vislumbramos o crescimento integrado da região”, ressaltou Rosinha. O prefeito de Casimiro de Abreu informou que já entrou na Justiça com um pedido de embargo das obras de duplicação da BR-101 no trecho que corta o município, já que a Autopista Fluminense (concessionária que administra a via) e a ANTT ainda não deram respostas às propostas de alteração do projeto inicial, que previa a construção de apenas dois retornos, o que iria isolar comunidades inteiras e ainda comprometer o escoamento da produção agropecuária. “Eles tinham até o dia 25 de outubro para se manifestar, mas até agora não tivemos respostas sobre as demandas e alternativas apontadas pelo governo municipal. Não somos contra a duplicação, mas o nosso município não foi ouvido, mas não posso deixar a população de Casimiro de Abreu ser sacrificada”, falou Antônio Marcos.

Ele ainda citou a desapropriação de uma área de três milhões de metros quadrados, localizada na margem da BR-101, para a implantação de uma Zona Especial de Negócios. “Hoje 47% da nossa receita vem dos royalties. Se quisermos diminuir essa dependência, precisamos do apoio dos órgãos estadual e federal e não entraves ao desenvolvimento. Esse investimento merece uma atenção por parte da ANTT, pois representa nossa independência dos royalties”, ressaltou Antônio.

Ferroviário há mais de 35 anos, o deputado federal Paulo Feijó falou sobre a possibilidade de revitalizar a linha férrea que liga Vitória ao Rio de Janeiro. “Isso não é impossível. Cargas como derivados de petróleo, cimento e produtos siderúrgicos são tipicamente ferroviários. A curto prazo, ajudamos a desafogar a BR-101”, falou o deputado.

Uma nova agenda de trabalho foi marcada para o final do mês deste mês, em Macaé, para uma linha de ação voltada as questões mais relevantes ao desenvolvimento regional.

Comentários:

  1. Estou fazendo a minha parte. Estou ligando para o Dep. Paulo Feijó toda semana. O Deputado já foi ferroviário. Como a minha família também foi inclusive, o meu avô era responsável pela expansão da ferrovia OESTE DE MINAS e um primo que já foi tesoureiro da Rede. Acho a volta da Ferrovia um avanço para o Estado do Rio.

    Também já liguei para o Deputado para fazer um projeto de Lei, que ajude os municípios antigos como Magé. No Estado do Rio, dos 92 municípios, temos 10 que já passaram dos 300 anos. Primeiro Angra dos Reis, segundo Rio de Janeiro e terceiro com uma margem de apenas 3 meses, vem Magé.

    Quando chegarmos aos 65 anos, teremos algumas regalias, pois já chegamos a 3ª. Idade. Porque os Municípios que já passaram dos 300 não tem uma lei que os diferencie ou tenham alguma ajuda do Governo Federal?

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