Depende de nós…

Apagam-se as luzes de 2013, mas não as lembranças e delas temos de tirar uma lição… A violência foi igual ou ainda maior que a verificada em anos anteriores e isso não é problema apenas das autoridades de segurança. A situação de guerra constante nos indigna a todos e as ações criminosas que se alastram acuam a população. Os traficantes se acham donos das cidades e resolveram enfrentar o estado que decidiu – com bastante atraso – partir para o confronto, buscando retomar os espaços perdidos com as UPPs, mas isso ainda não disse nada, pois ninguém é preso e como bandido não se aposenta, as quadrilhas resolveram migrar. Sabem por quê? A sociedade em que vivemos é um amplo mercado para elas e onde houver povo esse mercado existirá. Diante dessa realidade deveríamos aproveitar o momento para refletir, pois a sociedade também tem sua parcela de culpa. Isso é fato amigos, tão verdade como de a sociedade sermos eu e você, nós todos.

Poxa, em pleno período de festas vem esse cara falar de violência? Talvez alguém indague daí e eu prossigo: um estudo do governo estadual apontou que o consumo anual de maconha no território fluminense é de 90 toneladas, o de cocaína 8,8 toneladas e o de crack chega a 4,3 mil quilos, garantindo às quadrilhas um faturamento total de R$ 633 milhões, contra um custo anual de R$ 158,7 milhões com a compra de drogas e R$ 24,8 milhões com a aquisição de armas. As perdas com apreensões chegam a R$ 19,4 milhões e ainda assim eles conseguem um lucro de R$ 236,6 milhões em doze meses. Números astronômicos, não? Pois é, mas as quadrilhas não faturariam tanto se não existissem os consumidores e onde estão os consumidores? Entre nós todos.

A guerra é travada nas favelas onde os traficantes operam o rendoso negócio. Eles não descem os morros para venderem a mercadoria e nem precisam fazer isso, pois os consumidores vão até a eles. Pois é, essa é a verdade: a sociedade que protesta e reivindica uma reação do Estado, é a mesma que sustenta o tráfico com seu vício.  Então que tal deixarmos de ser hipócritas e olhar ao nosso redor, meter o dedo na ferida e conversarmos em família, entre amigos e conhecidos para exigirmos de nós mesmos uma reação pessoal?

Feliz ano novo. Que 2014 seja um ano de muita paz e realização para todos nós. Tenham uma excelente comemoração em família, fiquem na graça do Grande Pai, que eu volto quinta-feira, às oito em ponto, se Ele assim me permitir.

Comentários:

  1. Pura verdade se a população denunciasse , não se omitisse não haveria tantos bandidos nos territórios, Não seja omisso, em caso de trafico de drogas, homens armados, usuários, qualquer ato ilícito ligue para o disque denuncia, tel (2253-1177).

  2. Boa Tarde Elizeu!! Suas palavras, são de sabedoria.
    Eu como educador tenho um sonho: De mudar a realidade de nossas crianças, de fazer com que elas cresçam com uma mente critica e capazes de escolherem novos caminhos. Só mudaremos a sociedade Brasileira através da educação escolar. Paulo Freire, disse: A educação não muda a sociedade, a educação muda pessoas, pessoas mudam a sociedade. E eu quero fazer parte dessa mudança, eu faço!!
    Obrigado por ter nos orientado durante o ano de 2013, que você continue em 2014, e até quando Deus nos permitir. Um feliz 2014 para você e os seus. Estarei ansioso aguardando suas postagens a partir do dia 02/01/2014. Um grande abraço e muitas bençãos de Deus…

  3. Não podemos negar a existência de pais relapsos e a parcela de culpa que a sociedade tem, mas esta parcela é ínfima frente a parcela de nossos governantes.

    Quem sustenta o tráfico não é a sociedade e o consumidor, é a falta de educação de qualidade, de instrução, de postos de trabalho, de saúde, de moradia, de policiamento, a fome e a falta de vergonha na cara dos nossos governantes.

    Meter o dedo na ferida, conversar em família, entre amigos e conhecidos pode até dar algum resultado pontual, mas não vai resolver o problema e nem vai tirar a responsabilidade de nossos governantes por esta epidemia.

    Faço parte da sociedade, reivindiquei, reivindico e sempre reivindicarei uma reação do Estado, não sou viciado e portanto, não sustento e nunca sustentei o tráfico.

    Temos de ter muito cuidado e muito discernimento ao tratar este assunto, para não acabar fazendo generalizações e assim, encobrir de quem realmente é a culpa de tudo.

    1. Meu caro os consumidores de droga estão entre todos nós, a sociedade que somos nós. Quem sustenta é que consome e quem consome é a sociedade, logo que sustenta o tráfico é a sociedade.

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