Consumidores de Magé reclamam, mas não formalizam denúncia

Omissão favorece concessionárias como a Ampla, que teve apenas 100 queixas no Procon

Os moradores de Magé estão entre os que mais reclamam da concessionária de energia elétrica Ampla. Usam para isso o serviço de atendimento da empresa e também os meios de comunicação, mas na hora de formalizar a reclamação junto ao Procon, por exemplo – onde é necessário se identificar e mostrar suas contas de consumo – a coisa muda de figura. Para se ter ideia, em recente audiência pública realizada em Niterói, o Procon-Magé apresentou apenas 100 registros de reclamações à Agência Nacional de Energia Elétrica (Anel), menos da metade do volume de queixas recebidas, por exemplo, pelo elizeupires.com. Essa diferença deixa claro que o cidadão de Magé ainda tem receio de se expor, mesmo em se tratando de uma simples queixa junto ao órgão de proteção ao consumidor contra uma empresa que presta um péssimo serviço e cobra caro por ele.

O receio dos consumidores é evidenciado no fato de as reclamações aos meios de comunicação – a maioria delas – serem feitas de forma anônima, com as mensagens relatando apenas o problema e o nome da rua onde se verifica o desserviço. “Nós recebemos em janeiro 317 mensagens de moradores do município de Magé reclamando da precariedade do serviço da Ampla e em apenas umas 30 os consumidores se identificaram, sendo que nove deles enviaram número de telefone para contato”, diz Débora Martins, da equipe do elizeupires.com.

As reclamações dos mageenses oficializadas no Procon foram encaminhadas a Aneel pelo diretor do órgão em Magé, o advogado Jorge Neves Junior. “Levei uma caixa de reclamações dos consumidores, mas o que entreguei ainda foi uma pequena quantidade, porque muitos não formalizam a queixa em nossa agência”, disse Jorge Júnior, que recebe as reclamações e orienta os consumidores no que funciona junto da Secretaria Municipal de Trabalho, no 2° piso do primeiro módulo da rodoviária de Piabetá, de segunda à sexta-feira das 9h às 17h.

No mês passado a juíza Erika Bastos de Oliveira Carneiro, da 1ª Vara Cível de Magé concedeu uma liminar em ação proposta em conjunto pela Procuradoria Geral do município e o Ministério Público, contra a Ampla, por conta da precariedade do serviço prestado aos moradores da cidade. Na decisão a magistrada reconheceu a deficiência no serviço prestado e determinou que a concessionária tomasse medidas necessárias para o fornecimento continuo de energia elétrica, com prioridade para as unidades de saúde que devem ter o serviço restabelecido no prazo máximo de duas horas e que a empresa tem cinco dias para disponibilizar equipe qualificada para atender reparos emergenciais na rede.

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Comentários:

  1. Aqui no Parque Dos Artistas, são varios postes de madeira e a energia eletrica e interrompida a todo momento tivemos dias de ficarmos 5 dias diretos sem energia, isso e um absurdo a Juiza deveria retirar a Ampla de Magé

  2. O povo não quer ficar no anonimato não, a verdadeira culpa disso tuto é o judiciário que não aplica as penalidades de uma forma severa e o povo não tem tempo de ficar indo atrás de seus prejuízos. Os mesmos precisam trabalhar e não podem formalizar suas queixas junto ao órgão competente.Eu mesma já movi ações e ainda nada foi resolvido. Moro em Praia de Mauá e fiquei sem energia quase 2 dias.Meus alimentos perecíveis estragaram-se e sabe qual é o tempo do processo do ressarcimento? 90 dias.Isso é mais uma forma de chamar o povo de palhaço. Agora veja se a pessoa gasta o seu mísero dinheiro suprindo a necessidade de seu lar só irá comer no próximo pagamento ou após 90 dias? É Devido a esse transtorno que o povo desiste de seus direitos.

  3. Caro amigo Elizeu Pires,

    Quero agradecer a sua matéria que é fundamental para conhecimento de seus seguidores e dizer que em breve o PROCON-MAGÉ estará em todos os Distritos do nosso Município através do PROCON-ITINERANTE atendendo a todos os Consumidores para registrarem sua reclamações em busca de seus Direitos.
    Att,

    Jorge Jr

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