Obras atrasam e saem mais caro em Guapimirim

As creches do Vale das Pedrinhas e da Várzea Alegre foram anunciadas com pompas (Foto: Divulgação/PMG)

Creches não são entregues no prazo e acabam custando muito além do contratado

Fazer obras para a Prefeitura de Guapimirim parece ser um excelente negócio. Não precisa cumprir os prazos estabelecidos e para conseguir uma prorrogação e elevar o preço combinado basta se queixar ao “papa”, ou seja, ao secretário responsável pela contratação, alegando, por exemplo, “fatores climáticos e feriados”. Foi assim no caso da creche que iria atender às crianças do bairro Iconha e situação semelhante aconteceu com mais duas unidades do mesmo porte, uma na Várzea Alegre e outra no Vale das Pedrinhas. No primeiro a empresa MVC Componentes Plásticos foi atendida em todos os pedidos de aditivos, recebeu mais da metade do valor inicial do contrato, mas paralisou os serviços e o município ficou no prejuízo. As outras unidades são de responsabilidade da empresa Romano Verde Engenharia e Paisagismo, que, segundo informa o sistema de pagamentos da Prefeitura, já recebeu mais de R$ 3,7 milhões, mas, ao ser notificada pela Secretaria de Educação sobre a demora na conclusão das creches, acusou, entre outras alegações, atraso na quitação das faturas, fazendo a comunicação por escrito.

Analisando os processos administrativos 2338/14, 8235/15 e 9378/15, relacionados à contratação da Romano Verde (Contrato 01/14) para construir uma creche e uma escola no bairro Várzea Alegre, constata-se que sobrou compreensão por parte da Prefeitura. Os seis meses de prazo foram prorrogados duas vezes e o valor inicial de R$ 2.731.551,06 saltou para R$ 3.358.859,59, com um aditivo de R$ 627.308,53 solicitado em outubro pela empresa, que foi prontamente atendida pelo prefeito Marcos Aurélio Dias. Para conseguir estender o prazo a empresa apresentou como justificativa fatores climáticos, feriados e até a troca de comando na Secretaria Municipal de Educação.

Além do Contrato 01/14, que foi assinado no dia 7 de janeiro do ano passado, a Romano Verde firmou com a Prefeitura de Guapimirim o de número 14/15, este para a construção de uma creche no bairro Vale das Pedrinhas, com prazo de cinco meses e valor global de R$ 1.721.105,89.  Em relação a este contrato a empresa levou leves puxões de orelhas da Secretaria de Educação e ganhou mais 150 dias de prazo para concluir a obra. Em julho a Romano voltou a ser notificada por não cumprir o cronograma e respondeu que concluiria a construção. Porém no dia 5 agosto, em despacho no processo 1537/16, um engenheiro do Departamento de Obras Públicas responsável pela fiscalização da obra afirmou: “Entende-se que a contratada não adotou as medidas necessárias ao cumprimento dos contratos”.

Sobre o que aconteceu depois disto a Secretaria de Educação não prestou nenhum esclarecimento, mas o fato é que a Creche Municipal José Maria da Silva teve o preço de construção elevado para R$ 2.151,226,34, pois mesmo com todo atraso o prefeito Marcos Aurélio Dias reajustou o contrato em mais R$ 430.120,45 e, quanto ao prazo de mais 150 dias haviam se passado 270 além dele até a última notificação feita pela Secretaria Municipal de Educação.

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Comentários:

  1. [quote name=”Revoltado”]O que o MP está esperando para enquadrar todo mundo?[/quote]

    “O mesmo que espera” (até) para gravidades (consideradas ainda) maiores, ou seja, então essas…

  2. -Então cantem comigo…
    ♫O que me deixa feliz…
    é que vai sair gente presa…
    ♫O que me deixa feliz…
    ♫é que vai sair gente presa…
    ♫vai sair gente presa…
    ♫vai sair gente presa…
    ♫Vai sair gente presa…
    -E o salário que não saiu?
    ♫ vai sair gente presa…
    ♫vai sair gente presa…”
    ♫O secretário vai preso!!!
    ♫O secretário vai preso!!!
    ♫E a mulher do poder? Ninguém mais viu…
    ♫foi pra ponte que caiu…

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