Fiscalização “míope” não vê aberrações em Resende

Usuários reclamam que além dos veículos com bancos e parachoques soltos, tem os pneus que estão sempre dando susto e deixando os passageiros a pé (Foto:PMR/Luiz Ferrão)

Agentes da Superintendência Municipal de Transportes Públicos não vêem, por exemplo, os pneus velhos das sucatas ambulantes da empresa São Miguel

Na última quinta-feira (25), fiscais da Superintendência Municipal de Transportes Públicos foram até a garagem da empresa de ônibus São Miguel – que há 17 anos detém o monopólio das linhas municipais de Resende – conferir se a companhia tinha cumprido as exigências feitas em notificações lavradas 12 dias antes, quando foi alertada sobre falhas no funcionamento de plataformas de acesso a cadeirantes, bancos e parachoques soltos, além da má conservação da lataria. Os fiscais constataram que só uma exigência, a das plataformas, tinha sido cumprida e então decidiram ampliar o prazo, dando mais cinco dias para a concessionária atender as recomendações. Entretanto, para os usuários, a fiscalização do poder concedente e nada são as mesmas coisas, pois a empresa finge que atende, administração municipal deixa a coisa correr solta e o resultado é visto nas ruas: ônibus caindo aos pedaços, com pneus velhos estourando e dando susto nos passageiros, a ponto de provocar acidentes.

O governo municipal propagandeou a vistoria surpresa à garagem da empresa, mas parece estar longe de colocar fim nos maus bocados que passam os moradores de Resende, que são obrigados a embarcar diariamente nos ferros-velhos que a São Miguel disponibiliza. A inspeção foi até comemorada pelos usuários, mas os agentes, ao que tudo indica, não perceberam os pneus carecas que põem em risco a vida de milhares de pessoas, o que foi flagrado depois da tal “blitz surpresa”, quando a recapagem do pneu de um desses cacarecos soltou, o que por sorte não terminou em um acidente.

Há alguns dias outro veículo da empresa parou pelo caminho por falta de combustível, um episódio que aconteceu dias depois da primeira “blitz” da Prefeitura antecedida de um decreto do prefeito reduzindo em R$ 0,20 o valor da passagem, que hoje custa R$ 3,60. O que para muitos moradores não passa de um jogo de cena entre o prefeito e a São Miguel, já que a empresa continua abusando da paciência dos usuários que denunciam a diminuição nos horários de algumas linhas e até casos de maus tratos de alguns motoristas.

Durante a campanha Diogo Balieiro prometeu que iria endurecer o jogo contra a São Miguel, chegando inclusive a sugerir que o valor da passagem seria R$ 2,40 caso vencesse a eleição. No final de 2016, já eleito, Diogo publicou um vídeo em que dava a entender que revogaria o reajuste que elevou o aumento da tarifa de R$ 3,40 para R$ 3,80, o que acabou fazendo pela metade ao reduzir em irrisórios R$ 0,20 o custo do embarque.

 

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