Faltam remédios e médicos em Casimiro de Abreu, mas prefeito prepara festa que deverá custar cerca de R$ 2 milhões

Até ontem o município de Casimiro de Abreu já havia recebido cerca de R$ 42 milhões em repasses constitucionais, fora os recursos destinados ao setor de Saúde, que já somam cerca de R$ 5 milhões. Os valores correspondem ao período de 1 de janeiro a 16 de junho, quando o atendimento médico prestado na rede municipal, segundo os usuários, piorou bastante. Diante da situação o que se pergunta na cidade é: Onde e em que o prefeito Paulo Dames (foto), está investindo os recursos públicos? De acordo com o vereador Adriano dos Santos Lima, a coisa está feia no Hospital Municipal Ângela Simões, onde têm faltado remédios e profissionais para fazerem o atendimento.  Essa realidade, entretanto, parece não incomodar em nada ao governo, que já começou a anunciar as atrações contratadas para a festa pelos 152 anos de emancipação do município. Serão pelo menos seis apresentações de grupos e cantores, entre eles a dupla sertaneja João Neto e Frederico, Fernanda Brum e Nando Reis, além de uma companhia de rodeio, uma comemoração que, segundo a estimativas, deverá custar cerca de R$ 2 milhões, incluindo toda a estrutura necessária.

Seguindo o exemplo do ex-prefeito Antonio Marcos Lemos, que não disponibilizava no Portal da Transparência os gastos feitos pelo Fundo Municipal de Saúde (FNS), o prefeito Paulo Dames também não pública nenhum dados sobre as despesas do setor e a população fica sem saber quanto está custando a manutenção do hospital da cidade, que continua sendo administrado pelo Instituto de Gestão e Humanização, organização social que foi contratada em 2013 e chegou a receber por um período, mais de R$ 50 milhões por ano para gerir a rede. Com as contas da Saúde escondidas fica difícil saber o destino que vem sendo dados aos recursos repassados ao FNS.

Segundo Adriano, que é médico, desde o início do ano já foram registradas algumas mortes no HMAS decorrentes da falta de atendimento. “A situação do Hospital Municipal de Casimiro de Abreu é gravíssima. São relatos de desorganização e má administração que resultam em mortes prematuras de cidadãos. É descaso com a vida humana. A crise não pode ser desculpa para banalizarmos a morte”, sustentou o vereador na tribuna da Câmara, onde afirmou ainda que “é dever moral do administrador público fornecer atendimento de qualidade ao cidadão, dando ao paciente e a seus familiares dignidade no momento da enfermidade.”

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