Guapimirim faz queima total de fim de governo

Rui Aguiar – dizem membros do próprio governo – manda mais na administração municipal que o próprio prefeito Marcos Aurélio Dias, que sai com o título de pior gestor da história de Guapimirim

Em plena crise gastos passam de R$ 8 milhões, R$ 4,5 milhões só na Secretaria de Educação

Os profissionais da rede municipal de ensino de Guapimirim não têm mais data certa para receber o salário e nem sabem se poderão contar com o décimo-terceiro antes do Natal, mas várias empresas estão com o faturamento garantido, graças aos pregões realizados em agosto e setembro, além de outros processos licitatórios em andamento, comprometendo recursos federais repassados para a Educação. Na próxima semana, por exemplo, o Ministério Público deverá ser informado sobre duas notas de empenho no total de R$ 1.454.690,88 emitidas em favor da empresa Oliveira Dutra Soluções Integradas para pagar a “prestação de serviços de limpeza e conservação, serviços de copa e refeitório para atender as necessidades de toda rede municipal de ensino”, uma terceirização desnecessária, segundo entendimento de servidores do setor. No apagar das luzes de sua gestão o prefeito Marcos Aurélio Dias está autorizando gastos questionáveis e atraindo ainda maus suspeitas para uma administração que é alvo de vários inquéritos e ações judiciais por denúncias de irregularidade a aplicação dos recursos públicos.

De acordo com ato assinado pelo secretário Rui Aguiar, o contrato tem o valor global de R$ 1.755.116,13 e duração de três meses, a contar do dia 29 de setembro, quando as notas de empenho 000385 (R$ 1.062.838,13) e 000386 (R$ 391.852,75) foram emitidas. Ao todo a Prefeitura registrou despesas com fornecimentos de material de consumo e serviços no total de R$ 8,1 milhões neste final de gestão, R$ 4,5 milhões com recursos do setor de ensino. Além do contrato com a Oliveira Dutra servidores efetivos da Secretaria de Educação estão estranhando uma compra de R$ 338.596,25 em materiais de papelaria, supostamente para atender as escolas, onde os professores passaram o ano inteiro improvisando por falta de material. “Muito estranho isso. O ano letivo está quase terminando e agora que vão comprar material?”, indaga uma profissional de ensino, referindo-se ao Pregão 58/2016, vencido pela empresa a Lara Importação, Exportação e Comércio.

Estranho também, apontam profissionais de ensino é o gasto de R$ 1.477.612.05 em gêneros alimentícios junto à empresa Comércio de Gêneros Alimentícios Paraíso, conforme consta da Ata de Registro de Preço Nº 55/2016, datada do dia 13 de setembro, mas o que ninguém está entendendo mesmo e o fato de a Secretaria de Educação registrar mais de R$ 900 mil com a “prestação de serviços técnicos continuados de manutenção preventiva e corretiva de veículos leves e pesados; fornecimento de peças para reposição, e fornecimento de óleo lubrificante, fluídos e aditivos, para frota de veículos” por parte da empresa SR Motors Comércio, quando poderia deixar a tarefa da contratação para o próximo secretário, já que o atual, Rui Aguiar estará fora do cargo em 71 dias.

Nesses últimos dias a Secretaria de Educação registrou despesas no total de R$ 4.514.669,93 e a Saúde R$ 1.934.962,88, com manutenção de frota e material de papelaria. Já a Secretaria de Governo também tem um registro de preços com a mesma SR – também para manutenção de frotas – no valor global de R$ 607.280,00 e a Secretaria de Assistência Social está comprometendo R$ 410.644,44 com material de consumo e alimentação no apagar das luzes da atual gestão, enquanto as secretarias de Cultura e Turismo registram R$ 716.549,40 em locação de estrutura para eventos e compra de material esportivo respectivamente.

O prefeito Marcos Aurélio Dias foi procurado durante a semana para falar sobre essas despesas, mas não foi encontrado.

 

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