Belford Roxo vai ter de explicar destino de recursos do Fundeb

Dennis Dauttmam saiu devendo dois meses e o décimo terceiro aos professores. Alegou que não tinha dinheiro, mesmo com os repasses do Fundeb. O sucessor, Waguinho, tem repetido a alegação

Soma de novembro, dezembro e janeiro passa de R$ 36 milhões

Sucedido por Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho (PMDB), Denis Dauttmam (PC do B) saiu da administração municipal de Belford Roxo no dia 31 de dezembro e deixou para trás vários salários atrasados e uma conta confusa. Os professores ficaram sem os vencimentos de novembro, dezembro e o décimo terceiro porque, segundo Dennis, não havia dinheiro em caixa, o que é desmentido pelos números do Demonstrativo de Distribuição da Arrecadação do Banco do Brasil, que revelam que os repasses do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação somaram R$ 12.006.238,83 em novembro e R$ 12.023.848,59 em dezembro, que se não foram usados para outra finalidade (o que é proibido por lei), deveriam ter sido encontrados nas contas pelo sucessor, que no mês de janeiro teve mais R$ 12.923.421,46 do Fundeb para gerir. Onde foram parar esses recursos? Os dois terão de explicar e é isso que está sendo questionado por uma representação encaminhada ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado.

A alegação de falta de dinheiro para quitar os débitos com os profissionais de ensino vem sendo sustentada também pelo sucessor de Dennis, que a exemplo do ex-prefeito, fala que não tem recursos, mas não mostra as contas. Já o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação sustenta que os atrasos no pagamento de salários são injustificados, porque os repasses do Fundeb são feitos com regularidade e para quitar os vencimentos o município poderia usar inclusive a parte referente a parcela de 40% destinada a manutenção.

Através do Ofício 467, Aureli Oliveira Jurumenha Turra, coordenadora FNDE, informa ao Conselho do Fundeb do Município de Belford Roxo que as reclamações referentes ao não pagamento dos salários – mesmo com o dinheiro garantido pelos repasses -, foram encaminhadas ao MP e ao TCE. Os repasses dos dois últimos meses de 2016 adicionados creditado pelo Fundeb janeiro somam R$ 36.953.808,88 e têm de ter ido parar em algum lugar.

 

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Comentários:

  1. Os recursos do FUNDEB são desviados desde os primórdios na era jurássica da emancipação. A remuneração dos profissionais não aumenta devido a quantidade de fantasmas que estão na folha de pagamento e dividem seus salários com políticos. Enquanto os recursos forem destinados as prefeituras corruptas nunca haverá educação de qualidade. FEDERALIZEM A EDUCAÇÃO BÁSICA!!!

  2. Os 40% destinados a manutenção nunca são aplicados em “manutenção” as escolas estão um lixo. As condições estruturais expressas no MPEduc é uma farsa quase que na sua totalidade. Dinheiro vem sendo desviado na compra de ventiladores, lixeiras, kits etc a preços superfaturados. Folha de pagamento com inúmeros contratos fictícios pessoas que estão a “disposição” recebem sem trabalhar.

  3. Trabalhamos com alunos que vivem a margem da miséria, nossa comunidade escolar sofrem com a falta de oportunidade e as escolas estão todas sucateadas, não temos manutenção e nenhum apoio financeiro, a merenda escolar de péssima qualidade e servida em pouca quantidade. Durante o ano letivo os alunos saem cedo pois a merenda escolar não dava para todos os turnos. Nas escolas durante muitos anos chegam uma quantidade grande de mesas oficiais de ping pong., tacoball e pebolim. Há escolas que esses materiais apodrecem nas caixas pela falta de espaços para montá-los. Mas faltam materiais pedagógicos para os professores e faltam merendas para os alunos. Muitas das vezes os professores tiram do próprio salário para amenizar a situação. Nosso município teve índice do IDEB baixo mas como podemos apresentar resultados se não temos apoio da prefeitura.

  4. O que acho engraçado é a conivência dos profissionais. Os diretores vendem a alma por uma comissão de 900 reais e pelo estatus de manda-chuva que não cumpre horário e encobre todas as falcatruas da prefeitura. A equipe pedagógica apoia o diretor pra conseguir a benesse de cumprir sua carga horaria em dois dias, sendo que o município exige que se cumpra em três. Os professores ficam na linha de tiro, na merda mesmo e que vantagem tem? Falta de cobrança pra dar uma aula de qualidade? Garantia de menos trabalho com planejamento de aulas, plano de curso, projetos etc nesta bagunça toda?

  5. Porque não registram? Porque não montam um dossiê com fotos, vídeos e relatos sobre as condições de trabalho? Um documento assinado por toda a comunidade escolar e pais de alunos se responsabilizando pelo conteúdo e veracidade dos fatos destinando aos órgãos competentes? Aceitam trabalhar com falta de agua, falta de limpeza, banheiros imundos, ratos e pombos cagando na cabeça, sem climatização nas salas, turmas lotadas porque? Acomodação? Porque a quem muito for dado muito sera cobrado e o serviço ineficiente de hoje tem a desculpa desta precariedade e caso ela não exista a quem vão culpar? Vítimas só mesmo as crianças…

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