Prefeito de Silva Jardim precisa explicar origem de remédios

Pagamentos feitos a uma farmácia sediada em Itaocara somem do sistema

Localizada no centro de Itaocara, cidade a 240 quilômetros de Silva Jardim, a Farmácia Amaral de Itaocara recebeu, entre janeiro de 2013 e agosto do ano passado, o total de R$ 3.738.064,30 dos cofres públicos silvajardinenses pelo fornecimento de remédios não existentes na rede municipal de Saúde e parte da aquisição foi feita sem licitação. Processos abertos para compra de medicamentos junto a algumas empresas estão sob investigação e o que se questiona na cidade é a origem dos remédios pelos quais a Prefeitura pagou à farmácia de Itaocara, se pelo que já foi apurado o fornecimento seria feito pela Drogaria Kanaã (foto), estabelecida na Rua Luiz Gomes, na cidade governada pelo prefeito Anderson Alexandre, que é dono de uma rede de drogarias e mantém no município de Rio Bonito sua base central. Os valores pagos pela compra de medicamentos desde o início da gestão de Anderson passam de R$ 16 milhões (números até 31 de agosto de 2016), mas os registros referentes a quitação de faturas da Farmácia Amaral de Itaocara não foram mais encontrados ontem no sistema da Prefeitura.

Apesar dos altos gastos com a compra de remédios para abastecer a farmácia básica do município, usuários das unidades de saúde de Silva Jardim tem reclamado da falta de vários itens, o que não parece incomodar em nada ao prefeito, que não se manifesta sobre o assunto. No caso da Farmácia Amaral de Itaocara ou Drogaria Kanaã, os pagamentos feitos superaram aos valores recebidos pela empresa atacadista Kadmed Medicamentos, sediada em São Gonçalo. Para a farmácia a Prefeitura pagou R$ 620.558,39 em 2016; R$ 1.600.986,33 em 2015, R$ 600.751,41 no ano anterior e R$ 915.768,17 em 2013.

O primeiro contrato de fornecimento firmado em nome da Amaral de Itaocara data de 2012, na gestão do ex-prefeito Marcelo Cabreira Xavier, o Marcelo Zelão, mas a empresa viveu seus melhores dias com a Prefeitura de Silva Jardim a partir da posse de Anderson Alexandre, em 2013. Em 2015, por exemplo, embora já tivesse pago a empresa mais de R$ 1,6 milhão entre 2 de janeiro e 30 de dezembro, Anderson fez uma compra de cerca de R$ 600 mil no dia 4 de dezembro daquele ano, sem licitação, alegando situação de emergência.

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