Delação de Jonas Lopes causa insônia em políticos e empresários

Acordo do ex-presidente do Tribunal de Contas fluminense pode afetar prefeitos e empresas fora do âmbito das grandes obras, possivelmente dos setores de terceirização de serviços

Alvo de investigação pela força tarefa da Lava-Jato, sob acusação de ter cobrado propina de grandes empreiteiras contratadas pelo governo estadual nas duas gestões de Sergio Cabral Filho, o ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Jonas Lopes de Carvalho Filho (foto), fez um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal e o resultado disso está sendo esperado como uma bomba com enorme poder de destruição, podendo fazer desmoronar a casa de pelo menos quatro conselheiros da corte de contas, um ex-membro do tribunal e deputados estaduais, mas há quem garanta que também pode sobrar para prefeitos, ex-prefeitos e até para quem nada tem a ver com as obras para a Copa do Mundo, Olimpíada, Arco Metropolitano, PAC das Favelas e Linha 4 do Metrô, empresas de coleta de lixo e fornecimento de alimentação pronta para os setores de saúde e educação do governo estadual e também de alguns municípios.

Apontado como “traidor” por colegas de corte, Jonas Lopes só teria aceitado fazer a delação por causa das acusações de que seu filho, o advogado Jonas Lopes de Carvalho Neto, teria como clientes prefeitos que teriam sido beneficiados com a paralisação de fiscalizações no Tribunal de Contas. O conselheiro hoje licenciado presidiu o TCE-RJ de 2011 a 2016, período em que foram contratadas as maiores obras da história do estado do Rio de Janeiro.

Segundo revelação de Leandro Azevedo, ex-diretor superintendente da Odebrecht no Rio, Jonas Lopes teria pedido dinheiro para aprovar o edital de concessão do estádio do Maracanã e o relatório de contas da linha 4 do metrô do Rio, tendo sido acertado então o pagamento de R$ 4 milhões em quatro parcelas de R$ 1 milhão, a serem quitadas de seis em seis meses.

No dia 13 de dezembro de 2016, em ação conjunta com o Ministério Público Federal, a Polícia Federal levou Jonas Lopes para depor coercitivamente. Ele foi alvo da operação Descontrole por ter sido acusado de ter pedido dinheiro para aprovar o contrato de concessão do Maracanã e as contas da linha 4 do metrô. Na época o escritório de advocacia Lopes de Carvalho & Pessanha, comandado por Jonas Neto, divulgou em nota que nada temia e que não atua no Tribunal de Contas.

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