Fantasmas ainda assombram o prefeito de Macaé

Com ações de improbidade administrativa MP enquadra os poderes Executivo e Legislativo

Até agosto de 2015 o prefeito Aluizio dos Santos Junior, o Dr. Aluizio, tinha nada menos que 200 funcionários lotados em seu gabinete, 31 deles efetivos. Entre eles havia duas professoras, dois auxiliares de serviços escolares, duas merendeiras, uma auxiliar de enfermagem, duas técnicas em enfermagem, um motorista de ambulância, dois guardas municipais (um deles com classificado como inspetor), um auxiliar de manutenção de estradas, um engenheiro e até um técnico de esportes. Se todos os 200 resolvessem comparecer ao local de trabalho ao mesmo tempo congestionaria o andar inteiro e ninguém conseguiria desempenhar suas funções, nem mesmo os assessores diretos. Pressionado pelo Ministério Publico que move várias ações de improbidade administrativa contra ele, Aluizio se livrou dos que estavam “aos cuidados do gabinete”, mas ainda não explicou o que essas pessoas faziam, se realmente trabalham e qual a carga horaria de cada um.

Está semana a Justiça bloqueou os bens do prefeito e do presidente da Câmara de Vereadores, Eduardo Cardoso em um processo movido pelo MP para que sejam devolvidos cerca de R$ 300 mil pagos a uma filha de Eduardo, a engenheira Thais Coutinho Gonçalves da Silva. Porém tramita ainda um outro processo envolvendo Aluizio e Cardoso, este pela nomeação de Thales Coutinho Gonçalves da Silva e Juliana Felix Froede. Nesta ação o MP pede e indisponibilidade dos bens dos réus até ao valor de R$ 500 mil.

Proporcionalmente falando, o número de servidores colocados à disposição do prefeito é muito maior que a quantidade de cedidos à Câmara de Vereadores, 226. Considerando que a Casa tem 17 vereadores e funciona em espaço físico superior ao gabinete de Aluizio, os cedidos ao Poder Legislativo estariam dentro do razoável. O problema é que há denuncias de que estes não compareciam regularmente à Câmara, assim como a maioria dos colocados “aos cuidados do gabinete do prefeito”.

No início do ano passado o prefeito chamou de volta aos postos de trabalho de origem todos os servidores que estavam à disposição da Câmara, mas a própria administração municipal consegue garantir que eles estejam cumprindo as funções para as quais foram admitidas nos serviço públicos, entre elas as de professor, merendeira médico, psicólogo, veterinário, técnicos de enfermagem, engenheiro e motoristas, entre muitas outras.

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