Japeri vai esperar decisão judicial sobre concurso

E o prefeito afirma que não haverá aumento para os professores

O município de Japeri fechou o primeiro mês de 2017 com o total de R$ 5.183.694,68 em repasses do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, R$ 2,5 milhões a mais que o valor da folha de pagamento do pessoal do setor, estimado em R$ 2,6 milhões. Mesmo assim o prefeito Carlos Moraes Costa (foto) afirma que não há como conceder aumento aos servidores e alega que a folha de pessoal da Educação consome 90% da receita do Fundeb. As declarações do prefeito estão no áudio de uma entrevista por ele concedida ao site Japeri News, na qual compara a situação dos professores locais com os da cidade vizinha, Paracambi, onde os profissionais de ensino recebem, em média, R$ 1.400 por mês contra os R$ 2.450 do menor salário na rede de Japeri.

Carlos Moraes falou também sobre a auditoria interna que está sendo feita nas contas da gestão anterior e disse que ainda não tem conhecimento do que foi apurado até agora. O prazo dado por ele para a apuração terminou ontem (31), mas ele já avisou que prorrogará a auditoria por mais 15 dias. O prefeito se pronunciou ainda sobre o concurso público realizado no ano passado para preencher 214 vagas em cargos de nível fundamental e médio. Embora já esteja fazendo contratos temporários para as mesmas funções oferecidas no edital que sustentou o concurso, Moraes afirmou que está esperando uma decisão judicial para ver o que fazer. “O que a Justiça decidir eu vou cumprir”, afirmou, destacando que há no processo um parecer do Ministério Público favorável à anulação do certame.

Os professores da rede municipal de ensino de Japeri são os que maior percentual de reajuste receberam na Baixada Fluminense nos últimos anos, mesmo o município sendo um dos mais pobres do estado do Rio de Janeiro. Ao assumir a Prefeitura em janeiro de 2009 o prefeito Ivaldo Barbosa dos Santos, o Timor (antecessor de Carlos Moraes), encontrou professores ganhando R$ 700 por mês e elevou o menor salário para R$ 2.450. Na gestão anterior os profissionais de ensino tiveram reajustes no total de 103%, mas uma polêmica tomou conta do município no ano passado. É que uma lei municipal estabelece a obrigatoriedade de o prefeito conceder reajuste anual aos profissionais da Educação e por conta da crise, para não ferir a lei, Timor propôs um reajuste de apenas 0,01%.

 

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Comentários:

  1. Será uma vergonha se os 214 aprovados não forem chamados. Eu confio na justiça, ela não pode compactuar com essa imoralidade, será o fim do concurso em Japeri. Ninguém vai confiar mais nessa prefeitura, pelos menos até esse imoral acabar o mandato dele.

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