Parentes de prefeito “trabalhavam” para terceirizada em Guapimirim

Filhos e cunhada de Marcos Aurélio Dias foram exonerados da Prefeitura no final de 2013 e passaram a receber salários através de ONG a partir de fevereiro de 2014

Além de manter por quase quatro anos contratos feitos, segundo o Ministério Público “por meio de licitações fraudulentas e direcionadas”, com a Organização Não-Governamental Casa Espírita Teloo – que depois mudou de nome para Obra Social São João Batista –, o ex-prefeito de Guapimirim, Marcos Aurélio Dias (foto), abrigou na instituição dois filhos e uma cunhada, que passaram a receber salários como se estivessem à serviço do município. De acordo com as investigações do MP, Marcus Vinícius do Nascimento Dias, Marceli do Nascimento Dias, filhos do então prefeito e a cunhada dele, Sueli Santana da Silva, tinham sido nomeadas nas funções de assessores especiais na Prefeitura em 2013, mas depois de denúncias de nepotismo o prefeito exonerou os três e determinou a contratação deles em fevereiro do ano seguinte através da ONG, que terceirizava mão de obra para vários setores da administração municipal.

Provas disso foram encontradas serviços por agentes do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção do MP na operação Flexus III, realizada com o objetivo de cumprir mandados de busca e apreensão nas casas de parentes do ex-prefeito de Guapimirim, que é acusado de causar prejuízos no total de R$ 84 milhões aos cofres da municipalidade, ressalta o MP.

Essa é a terceira fase da operação Flexus e foram apreendidos computadores, telefones celulares, comprovantes de recebimento de salários e carteiras de trabalho, documentos que ligam eles à ONG Tesloo, que, de acordo com a Promotoria de Justiça, firmou consecutivos contratos milionários para fornecimento de trabalhadores terceirizados nas gestões dos prefeitos Renato da Costa Mello Junior, o Junior do Posto e Marcos Aurélio, mas não existiria comprovação de que os funcionários prestavam os serviços para a ONG ou trabalhassem para a Prefeitura.

Durante o inquérito foi apurado que a ONG tinha apenas 15 funcionários registrados, mas, pelos contratos, deveria fornecer pelo menos 1.200 trabalhadores para a Prefeitura de Guapimirim. Foi apurado ainda que na gestão de Júnior a instituição recebeu R$ 17,8 milhões e mais R$ 66,5 milhões foram pagos durante o mandato de Marcos Aurélio.

 

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