Fraude da água custou R$ 8,8 milhões aos cofres de Caxias

Empresa de caminhões-pipas era controlada por ex-vereador

Vereador por três mandatos consecutivos, Francisco dos Santos, o Chico Borracheiro (foto), é o verdadeiro dono da Cris Duque de Caxias Transportes, empresa que firmou quatro contratos com a Prefeitura de Duque de Caxias para abastecer escolas e unidades de saúde. Foi a essa conclusão que chegou inquérito do Ministério Público aberto para investigar um esquema de fraude na distribuição de água através de caminhões pipas, o que pode ter causado prejuízos de R$ 8,8 milhões aos cofres da municipalidade. Chico foi preso ontem (7) na Operação Imbariê, realizada em conjunto pelo MP e a Polícia Civil. Além do político foram presos o filho dele, Cristiano Cláudio Andrade dos Santos e a nora Monique Helen Garcia Barbosa. Com capital social de R$ 68 mil, a empresa – que está registrada em nome de Monique – foi aberta no dia 23 de janeiro de 2009 e tinha Cristiano como gerente operacional.

Chico é muito conhecido no município. Ele tentou entrar para a vida pública inicialmente em 2000, quando disputou uma cadeira na Câmara de Vereadores pelo PTB, mas conseguiu apenas uma suplência. Em 2004 candidatou-se novamente, dessa vez pelo PV e foi eleito com 3.942 votos. Chico trocou o PV pelo PSB e conseguiu vencer mais duas eleições, somando 5.391 votos em 2008 e 4.138 em 2012. Em 2016 ele concorreu pelo PSD e ficou como terceiro suplente da legenda, que conquistou apenas uma cadeira. Também foram presos ontem dois funcionários da empresa e dois servidores do município.

De acordo com a Polícia Civil, o esquema consistia e entregar apenas parte do volume de água contrato e acontecia também de o produto comprado nem chegar aos locais de destino. Foi apurado ainda que, entre maio e agosto de 2016, o filho do então vereador orientava os motoristas da empresa a apresentarem para assinatura de diretores de escolas notas fiscais de fornecimento de água apenas com o número zero no campo referente ao volume. Segundo a denúncia, após a assinatura da nota por diretores de escolas que não precisavam de água, a lacuna era preenchida com números como 10 mil ou 20 mil para a nota ser cobrada da Prefeitura.

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