Japeri insiste com ônibus irregulares no transporte escolar

Os ônibus de placas LVA-5531 e LVD-6554 estão com documentação vencida e restrição judicial. Não poderiam nem estar circulando, muito menos locados ao poder público. Juntos custam ao R$ 452 mil por ano

Alguns veículos deveriam estar recolhidos ao depósito público e a empresa multada, mas custam, cada um deles, R$ 226 mil por ano aos cofres da cidade mais pobre da Baixada. O valor global do contrato é de R$ 2,7 milhões

Os alunos matriculados na Escola Municipal Ary Schiavo, em Japeri, município mais pobre da Baixada Fluminense, estão viajando em um ônibus que já deveria ter sido apreendido há muito tempo. Além de não ter cintos de segurança, item exigido pela legislação para os veículos escolares, o ônibus de placa do Rio de Janeiro, LVA-5531, foi licenciado pela última vez em 2014 e consta no sistema do Detran com restrição judicial. De acordo com o artigo 230 do Código de Trânsito Brasileiro, documento vencido é uma infração gravíssima, com perda de sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação do condutor, além da apreensão.

Esse é um dos 12 ônibus alugados pela Prefeitura junto à empresa a JL Transporte e Construção, por de R$ 2.712.608,69. Ontem, além desse veiculo, o elizeupires.com encontrou circulando normalmente pelas ruas de Japeri, o de placa LVD-6554, que está com a documentação vencida desde 2012 (foi licenciado pela última vez em 2011) e com duas restrições, uma judicial e outra imposta pelo Detro. Esse veículo foi mostrado na matéria “Japeri paga caro para ônibus irregular transportar alunos”, veiculada na última terça-feira e teve grande repercussão.

Se o prefeito Carlos Moraes Costa e a secretária de Educação Roberta Bailune não sabiam da situação de alguns dos ônibus colocados à disposição dos alunos da rede municipal de ensino pela JL, agora não poderão mais alegar desconhecimento. Na última terça-feira o elizeupires.com revelou algumas irregularidades verificadas nos ônibus, inclusive nos que estão com o licenciamento em dia. No documento aparecem com o branco como cor predominante, mas eles foram pintados de amarelo sem que um novo certificado fosse emitido pelo Detran, o que, segundo a legislação, também é motivo de apreensão do veículo, que só poderá ser liberado depois que a situação for regularizada no órgão de trânsito.

 

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Japeri paga caro para ônibus irregular transportar alunos

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