Troca de gestão nas Upas da Baixada piorou atendimento

Usuários reclamam que médicos não dão nem tempo para o paciente sentar

Em seu site oficial o Instituto Unir de Saúde (IUS) se apresenta como “uma Organização Social sem fins lucrativos, criada por um grupo de médicos e profissionais de saúde com autonomia administrativa e financeira”, que visa, principalmente “a otimização dos recursos, humanização do atendimento e consequente satisfação do usuário”. Porém, atendimento satisfatório não é o que vem sendo dispensado aos que buscam socorro nas UPAs 24h de Mesquita, Nova Iguaçu e Queimados, administradas desde janeiro pela instituição, que, em quatro contratos, vai receber do governo estadual mais de R$ 58 milhões por ano.

Na verdade, pelo que reclamam os moradores da região que buscam socorro nessas unidades, a coisa só piorou. É o caso por exemplo, da UPA de Queimados, por cuja gestão a IUS tem um contrato de R$ 14.584.980,00, assinado no dia 19 de janeiro deste ano. Foi nessa unidade que os familiares de Natanael José de Campos o levaram para ser atendido na noite de 31 de março.  Contam que depois de dez minutos na sala de classificação de risco ele foi encaminhado ao médico, que não deu tempo nem para o paciente sentar. “Sem largar o celular ele afirmou que o atendimento só seria possível no Hospital da Posse. Não foi emitida nenhuma receita e ou encaminhamento algum”, conta um parente.

Também no dia 19 de janeiro o Instituto Unir assinou dois contratos para gerir as UPAs I e II, que funcionam no município de Nova Iguaçu, com valores de R$ 14.584.980,00 e R$ 14.597.180,00. Mas a coisa está feia na unidade do bairro Botafogo. “Antes os médicos pelo menos ouviam a gente. Hoje não querem nem conversa. Se for à noite é pior ainda”, diz uma dona de casa que, na noite de ontem, acompanhou o filho com problemas de saúde.

Localizada na Avenida Presidente Costa e Silva, em Edson Passos, a UPA de Mesquita rendeu ao Instituto Unir um contrato de R$ 14.596.680,00, assinado no dia 2 de janeiro, mas o tal atendimento adequado os usuários continuam aguardando. “Sem comentários. É pior que péssimo”, diz uma mãe revoltada.

Sobre os novos contratos a Secretaria Estadual de Saúde diz que os valores globais são menores, chegando, em alguns casos, a uma redução de R$ 7 milhões. Revela ainda que as UPAs de Queimados, Nova Iguaçu e Mesquita eram geridas pelo Instituto Data Rio de Administração Pública, contratado em 2012, com valor inicial de pouco mais de R$ 20 milhões anuais por unidade e que a redução nos valores foi definida pelo ex-secretário Luiz Antonio Teixeira Jr, que deixou o cargo na semana passada e que a escolha das novas organizações sociais que estão atuando na rede estadual se deu por licitação.

 

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Documentos relacionados:

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Contrato – Gestão UPA Nova Iguaçu I

Contrato – Gestão UPA Nova Iguaçu II

Contrato – Gestão UPA de Queimados

 

Comentários:

  1. A organização social Unir não deveria nem firma contrato com o estado pois a mesma organização social esta devendo diversos funcionários nas unidades anteriores que a própria geriu , a organização social unir está probidade de firma contratos com a prefeitura do RJ . Tem uma matéria na que a juíza condenou a organização social . Agora me pergunto uma organização social que está com débitos trabalhistas com seus antigos funcionários, e foi condenada que não pode firma contrato com a PREFEITURA DO RJ . A organização social sequer tem todas as certidões burocrática em dia pois a mesma se encontra individada com funcionários fornecedores . Com uma organização social dessa ganha a licitação para gerir as unidades da baixada ? Isso é lamentável o povo esta abandonado . Porque o estado deu a unidade para eles gerirem ?

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