Monopólio do meio ambiente afeta o Parque da Serra da Concórdia

Terceirização substituiu guardas treinados e as queimadas aumentam

 

Obras que ninguém pode verificar, aumento da caça ilegal e das queimadas. Esses são os resultados da substituição por parte do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), de guardas-parque concursados e treinados por agentes ambientais terceirizados no Parque da Serra da Concordia, localizado no município de Valença, no Sul Fluminense. Um dos substituídos, Rodrigo da Silva Gomes (foto), por exemplo, cita que durante seus mais de quatro anos de atuação, só a sua equipe, atuou no combate a 64 focos de incêndio e a reserva não teria perdido nem 10 hectares de mata no período…

Desde a substituição as perdas passam de 600 hectares. No ano passado, por exemplo, o fogo destruiu uma extensão equivalente a 300 campos de futebol. “Na nossa época nunca foi preciso o deslocamento de viaturas do Rio para fazer o nosso trabalho. Hoje a situação é bem diferente”, diz o ex-guarda, que milita na defesa do meio ambiente há pelo menos 20 anos.

O incêndio de 2017 ocorreu no mês de setembro, durou quatro dias e o combate às chamas, além dos agentes terceirizados, envolveu 12 bombeiros e dois helicópteros.

Entre alguns ambientalistas da região o meio ambiente no município de Valença passou a ser visto como monopólio de um grupo que seria ligado ao deputado estadual André Correa, um parlamentar que costuma não aceitar críticas. Recentemente André recorreu à Justiça para tentar retirar de um site jornalístico textos que o desagradaram. Perdeu.

Um dos pontos muito criticados por ambientalistas são obras que o Inea dizem que estão sendo feitas no Açude da Concordia. Rodrigo reclama que a entrada foi proibida a eles e revela que as obras estariam sendo feitas fora do que especificam as regras do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).

Há duras criticas também da mudanças nos critério do uso dos recursos do fundo formado pelo dinheiro arrecado com as multas ambientais. Para Rodrigo houve um desmanche do fundo e recursos estão sendo usados para fomentar pequenas empresas e cabide de emprego.

 

Matéria relacionada:

Parque natural de Valença continua fechado

Comentários:

  1. A opinião dos ambientalista seria de um caráter consultivo, cabendo sim aos Órgãos de Estado responsável pela conservação ambiental (Inea) a decisão final sobre a melhor destinação dos recursos para a preservação ambiental. Havendo irregularidades no que diz respeito a legislação, cabe a denúncia.

Deixe um comentário para André Luiz Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *.