Temos que evitar um Brasil de luto sendo um Brasil de lutas

Dr. Henrique Paes

Uma das situações que vem mexendo conosco, nos trazendo uma dor profunda, são os estragos que as chuvas causaram em Petrópolis. É inevitável não sentir dor quando as notícias referentes às fortes chuvas chegam ao nosso conhecimento. É impossível que a nossa sensibilidade não seja abalada com tanta tristeza, sobretudo pela quantidade de vidas que se perderam ali.

Até o momento que escrevia este artigo, pelo menos 240 vidas haviam sido perdidas nos deslizamentos que arruinaram a cidade, que destruíram sonhos e que feriram com uma dor irreparável centenas famílias e, por consequente, milhares de pessoas. O que nos entristece mais é saber que o ocorrido em Petrópolis se repete com uma frequência cada vez maior e em vários lugares. Se grande foi o volume de água, maior tem sido o nosso volume de lágrimas. Uma tragédia que perdurará na memória do Estado por gerações. Mas estas questões ambientais que colaboram para tragédias assim vêm sendo alertadas não é de agora. Precisamos de mais mecanismos para fazer cumprir as leis que impeçam que danos causados por chuvas torrenciais, que afetem e sangrem tanto as nossas famílias, sejam comuns.

Lembrando o ano de 1992, no mês de junho, portanto há 30 anos, o estado do Rio de Janeiro recebia líderes mundiais ao sediar um dos maiores eventos para falar do clima. Falo da Rio-92, que aconteceu no Aterro do Flamengo. Aliás, ali já se falava muito na escassez de água, no buraco na camada de ozônio e vários temas sobre os efeitos causados pelos homens desafiando à natureza. E habitação irregular ou mesmo em áreas de risco também estava na pauta do encontro. É que o homem, às vezes movido pela ganância ou mesmo por desprezo à natureza, acaba sendo o seu maior rival. Cria as causas das suas próprias dores. Mas há aqueles que, também que por uma questão social, constroem os seus sonhos de ter uma casa própria em locais inseguros e que futuramente podem render pesadelos maiores.

A desordem na questão urbana, com o surgimento de comunidades em áreas de  possíveis riscos e que podem ser afetadas por fenômenos ambientais e as intempéries do tempo não é uma novidade. É fácil ver surgir no dia a dia as novas comunidades em locais precários e de riscos. É fruto de uma questão social que envolve a falta de uma fiscalização mais rígida, mas também pela falta de uma política de habitação que seja capaz de amenizar o deficit habitacional gritante que existe no país. É uma mistura de fatores que parece colaborar para que o homem se instale precariamente em locais de riscos. E observem que não se trata apenas de construções em morros com as possibilidades de deslizamentos, mas também perto dos rios com possibilidades de transbordamentos.

O Congresso Nacional carrega a responsabilidade de discutir esses temas nacionais com uma certa urgência e dentro de uma pauta, em especial, com o olhar atento para o Meio Ambiente e para o deficit habitacional. Caso contrário continuaremos vestindo luto por falta de ações mais efetivas nesses setores. Vamos à luta para não irmos de luto!

*Henrique Paes é médico e empresário

Comentários:

  1. Uma pura vdd exposta pelo nosso futuro deputado federal dr Henrique paes. A partir do momento que entrar pessoas que realmente lute para o bem de nosso país as coisas não vão esta acontecendo como estão. Se vc ver as pessoas só aparecen quando acontecem tragédias como essa então chegou a hora de mudanças..Henrique paes nosso deputado federal.

  2. FATO AMIGO FALOU TUDO ..NOSSO POVO NÃO PODE FICA A MERCE DE UMA POLITICA PUBLICA SEM COMBATE…..DR HENRIQUE VAI ENTRA PARA PARA ATUA AO LADO DO POVO…TMJ DR HENRIQUE….ESSE É O CARA …MEU POVO.

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