Denúncia de “mesada” em Tanguá foi parar no MP

O prefeito Valber Marcelo vai ter que se desdobrar para explicar a captação ilegal de apoio a seu nome atribuída a um assessor especial de seu governo

Esquema de compra de apoio eleitoral em favor do atual prefeito foi revelado por um aliciado que “aceitou” a proposta, recebeu o dinheiro e gravou a conversa como o aliciador

Morador do bairro Duques, em Tanguá, o cidadão Diomar Farias pode entrar para a história do município como o homem que resolveu passar a limpo um corrompido sistema de captação de votos que vem sendo denunciado desde 2012, mas só agora materializado em prova. Convidado por um assessor especial do prefeito Valber Luiz Marcelo de Carvalho, pré candidato a reeleição pelo PTB, Diomar fingiu aceitar a proposta financeira, gravou toda a conversa e colocou a boca no trombone. Por conta disso o Ministério Público entrou em ação e já convocou algumas pessoas para prestar depoimento. As primeiras deverão ser ouvidas na próxima segunda-feira. Em contato telefônico agora há pouco Diomar confirmou a denúncia ao elizeupires.com e reafirmou que o autor da proposta foi o assessor especial de Desenvolvimento José de Oliveira, não encontrado para falar sobre o assunto.

De acordo com a denúncia, pré-candidatos a vereador teriam sido chamados pelo assessor especial e recebido proposta de uma “mesada” de R$ 1 mil para fecharem apoio à pré-candidatura do atual prefeito. Diomar confirmou a proposta e disse que chegou a aceitar o dinheiro. “Recebi uma vez só. Aceitei só para poder provar o esquema. Fiz a gravação e tenho o CD guardado comigo”, afirmou Diomar Farias.

Segundo informações que deverão ser confirmadas no Ministério Público, o esquema de captação ilegal de votos envolveria ainda nomeações em cargos de confiança e contratações através de uma cooperativa de serviços gerais, a Coopsege, com a suspeita de que algumas pessoas estariam recebendo salário sem trabalhar, que só este ano já recebeu R$ 1.698.025,52 dos cofres da municipalidade.

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