A cada emergência coleta de lixo fica mais cara em Petrópolis

Os contratos são firmados pela Companhia Municipal de Desenvolvimento que vem tendo seus gastos questionados pela Câmara, mas isso não parece incomodar o governo

● Elizeu Pires

A Companhia Municipal de Desenvolvimento de Petrópolis (Comdep) já firmou este ano quatro contratos sem licitação com três empresas diferentes para prestação de serviços de coleta, transbordo e destinação final do lixo coletado nas ruas da cidade, tendo como desculpa a suspensão do  processo licitatório que se pretendia fazer no ano passado.

Os contratos emergenciais já foram alvo de ações judiciais que até resultaram em decisões contrárias a eles, mas isso não tem impedido que a Comdep continue com essa prática, o que, aliás, tem deixando os serviços ainda mais caros.

Pendenga – Em agosto de 2023 o presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo manteve a liminar do Juízo da 4ª Vara Cível de Petrópolis, que suspendia três contratos para a coleta de lixo firmados por meio da Companhia de Desenvolvimento, via emergenciais apontadas na representação como “fabricadas”.

A decisão se deu em recurso impetrado pelo Consórcio Limp Serra, que até junho daquele ano era responsável pelo serviço de coleta de lixo no município. Formado pelas empresas Força Ambiental e PDCA Serviços, o consórcio venceu um processo licitatório realizado em 2018, concorrência que resultou no contrato quebrado pela Prefeitura sob a alegação precariedade na prestação do serviço, mas essas duas empresas continuam operando no município, dividindo os serviços com a AM3 Soluções Ambientais.

Contratos novos, valores mais altos – Até a entrada da AM3 no jogo a empresa Força Ambiental era a que mais faturava. Ficava com a maior fatia do bolo, deixando migalhas para a PDCA. Com os contratos emergências a AM3 hoje é a de maior faturamento. Pelo que está nos contratos 03 e 04, ambos firmados em janeiro, a AM3 vai receber, em seis meses, R$ 7.576.958,40 pela locação de caminhões e R$ 7.150.236,00 para fazer o transbordo, também em seis meses.

No caso do contrato 04, vereadores do grupo de oposição apontam um aumento de 67% no valor a ser pago pelo transbordo. A AM3, que no contrato anterior recebia R$ 103 por cada tonelada, passou a ganhar agora R$ 172,63.

Dona do contrato emergencial 01, a Força Ambiental vai receber R$ 4.320.000,00 para dar destino final ao lixo durante 180 dias, enquanto a PDCA Serviços ficou encarregada da coleta, também durante seis meses, pelo valor global de R$ 576 mil.

*O espaço está aberto para manifestação da Prefeitura de Petrópolis

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