Há quatro meses fora do cargo, ex-diretor diretor do Hospital da Posse tornou-se mais popular do que imaginava e tem partido querendo vê-lo puxando nominata de vereador, o que ele nunca pretendeu ser

● Elizeu Pires

Joé dirigiu o Hospital da Posse por cerca de 13 anos

O Hospital Geral de Nova Iguaçu, mais conhecido como Hospital da Posse, está a cargo de uma Organização Social – uma dessas entidades que se dizem sem fins lucrativos, mas que há anos vem faturando alto administrando unidades públicas de saúde pelo estado a fora – desde março desde ano, e quem busca atendimento por lá diz que a coisa está indo de mal a pior.

As queixas, porém, parecem não incomodar em nada o secretário municipal de Saúde, Luiz Carlos Nobre Cavalcanti, indicado ao cargo pelo deputado Luiz Antônio Teixeira Junior, o Dr. Luizinho, cujo grupo vinha sonhando desde 2017 com a saída do então diretor, o médico Joé Setello, que sempre foi contra terceirizar a gestão de unidades como o hospital mais importante da Baixada Fluminense.

Na portaria de exoneração de Joé está aquela deferência “a pedido”, mas todos que transitam pelos corredores do poder em Nova Iguaçu sabem muito bem que esse pedido pode ter partido de muita gente chegada a uma OS, menos desse profissional respeitado, que dirigiu o Hospital da Posse por mais de 13 anos.

Ao que se sabe, a exoneração de Joé foi bastante comemorada na Secretaria Municipal de Saúde e até por alguns ocupantes de gabinetes importantes do governo municipal, mas se esses têm motivos para rir, quem precisa de socorro no HGNI só tem a lamentar, pois gente que acompanha o novo modelo de gestão diz que para serem classificadas como ruins, as coisas por lá precisam melhorar muito.

Pois bem. Se a intenção era descartar um dos nomes mais respeitados da Saúde na Baixada Fluminense, seus opositores acabaram dando um iro no pé. Primeiro porque a qualidade no atendimento no HGNI caiu muito. Depois tem aquela emergência alegada pelos que se acham donos da Saúde em Nova Iguaçu, o que a própria Justiça entendeu como fabricada para possibilitar a contratação de OSs sem licitação.

Agora vem o que pode ser para esse tipo de gente que confunde a coisa pública como propriedade particular: Joé, que já tinha caído no gosto do povo, virou o “sonho de consumo” de vários partidos, que o gostariam de tê-lo como puxador de legenda nas eleições de 2024.

Até onde se sabe ele jamais entraria nessa, mas se topar, sei não, pode ser o mais votado na historia da Câmara Municipal de Nova Iguaçu.

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