Compromisso firmado na Justiça era de pagar salário no quinto dia útil
Dizem que “decisão judicial não se discute, cumpre-se”, mas a máxima parece não valer nada para o prefeito de Belford Roxo. Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho – que se gaba de ter uma “excelente assessoria jurídica” – se lixa para as decisões judiciais e na manhã de hoje deu provas também de que acordo firmado em audiência de conciliação, mesmo que tenha sido assinado em sessão presidida por um desembargador, não vale nada. Para acabar com a greve dos professores que cobravam os salários de novembro, dezembro e o décimo terceiro de 2016, ele se comprometeu a quitar novembro, o restante em oito parcelas e pagar os salários vencidos dentro de sua gestão até o quinto dia útil do mês seguinte ao trabalhado. Novembro foi pago dentro do prazo acordado, mas saiu com dinheiro a menos para vários professores. Quanto ao pagamento de fevereiro no quinto dia útil de março isto não aconteceu e em assembleia realizada nesta sexta-feira a categoria decidiu só voltar ao trabalho quando o mês de fevereiro for pago. Antes de decidirem parar os professores até que tentaram conversar com o prefeito, mas Waguinho discutiu com alguns deles e até chamou uma professora de “recalcada”.
O despreparo do prefeito de Belford Roxo para lidar com situações difíceis vem sendo percebido desde a primeira semana de seu governo, mas ele vem se superando. Sem qualquer necessidade ele mandou demolir um posto de saúde e uma creche no bairro Heliópolis. No caso da creche havia uma decisão judicial contra a derrubada do prédio. Ele se antecipou e na calada da noite destruiu a unidade que atendia 76 crianças. Hoje já se sabe a razão: seu ato gerou uma situação de emergência e assim ele pode agradar o pastor da Igreja Nova Vida da qual ele é membro, alugando por R$ 18 mil mensais um prédio da instituição.
O acordo que acabou com a greve dos professores foi assinado no dia 16 de fevereiro na 14ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, na presença do desembargador José Carlos Paes. Pelo que foi definido que novembro seria pago até o dia 24 de fevereiro e que salário de dezembro e o décimo terceiro seriam quitados em oito parcelas, que deverão ser pagas junto com os salários referentes aos meses de março, abril, maio, junho, julho, agosto, setembro e outubro. Como a parte que assegurava o pagamento de fevereiro e dos meses subsequentes até o quinto dia útil não foi cumprida o pessoal da educação teme que o restante do acordo também já tenha ido para o espaço.
Depois da discussão com os professores o prefeito voltou para o gabinete e gravou uma mensagem na qual pede desculpas a “todos os servidores pelo atraso de pagamento” e informou que “até terça-feira o dinheiro estará nas contas de todos”. Em nenhum momento ele mencionou o bate-boca com os professores e nem pediu desculpas a professora por ele chamada de “recalcada”.
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Temos que agradecer que mesmo não sendo no dia quinto útil, ele estar pagando isso que importa, o outro prefeito ficou meses sem pagar agente servidor então pensa que o salário não estar atrasado o mês ainda não virou galera.