Como uma empresa com capital social 360 vezes menor que os valores contratados pode ter obtido os recursos necessários para conseguir no escasso mercado, respiradores para atender a Secretaria de Saúde de Japeri? Será que já tinha os equipamentos estocados, recebeu adiantado para custear a importação ou funcionou como mero instrumento de intermediação:
Estes deverão ser apenas uns dos questionamentos de uma representação que será encaminhada ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado na próxima semana para que possam ser investigadas duas dispensas de licitação homologadas pela secretária Rozilene Souza Moraes dos Anjos em favor da empresa EPN Manutenção e Vendas de Equipamentos Médicos, que tem como sede uma residência existente no número 68 Rua João Farias da Silva, em Nilópolis, conforme revelou o elizeupires.com na última terça-feira (16), na matéria Saúde de Japeri compra R$ 1,8 milhão em equipamentos de empresa que aparece com apenas R$ 5 mil de capital social.
De acordo com o que já foi revelado, a EPN foi contratada sem licitação em atos publicados no dia 5 de junho, um no valor de R$ 537.400,00 para o fornecimento de “bomba infusora e equipos”, e outro de R$ 1.270.000,00, citando apenas “compra de respiradores””. No caso dos respiradores, profissionais da própria rede de saúde revelam que os equipamentos são obsoletos e não atendem às necessidades de hoje, pois seriam obsoletos.
Segundo consta do cadastro da EPN na Receita Federal, a empresa pertence ao casal Elvis Policarpo Neto e Allethea Lacerda da Silva Policarpo, moradores da casa onde seria a sede da empresa, cujo nome a vizinhança nunca ouviu falar.
Na representação será pedido que seja apurado é respondem realmente pela empresa ou se os contratos foram obtidos por outras pessoas procuração assinada por Elvis e Allethea. Como em muitos casos de venda de respiradores ao poder publico em vários estados tem sido constatado o uso de “laranjas” nas transações, a representação ao MP e ao Tribunal de Contas vai apontar também para esta direção.
Saúde ruim – Há menos de quatro meses comandando a Secretaria Municipal de Saúde, Rozilene Souza Moraes dos Anjos – que também já atuou no setor no município de Belford Roxo – dia desses tentava convencer um jornalista de um diário carioca a fazer uma matéria sobre o atendimento dispensado no município aos casos de covid-19, dizia que tratata-se do primeiro hospital de campanha da Baixada Fluminense, o que é até verdade, mas é no município de Vassouras que muitos japerienses tem buscado socorro médico, apesar dos altos gastos feitos pela Prefeitura de Japeri.
A nova titular da pasta já assinou vários atos de dispensa de licitação, fazendo despesas milionárias em nome do enfrentamento da pandemia do coronavírus. O nome dela aparece em 13 homologações de emergenciais que somam R$ 7,4 milhões, mas os documentos publicados no diário oficial não informam o que realmente está sendo adquirido. Citam apenas insumos e equipamentos, mas não especifica quais tipos de objetos estão sendo adquiridos nem o quanto cada um deles está custando aos cofres da municipalidade.