Fechada por conta da pandemia de covid-19, a Câmara de Vereadores de Nova Iguaçu poderá iniciar a legislatura de 2021 com apenas 11 integrantes. Atualmente com 17 cadeiras, a Casa chegou a ter 33 parlamentares no tempo em que Japeri, Queimados, Mesquita e Belford Roxo ainda eram distritos. O drástico corte de cadeiras não tem nada a ver com a redução do número de habitantes, pois, segundo estimativa do IBGE, a cidade tem cerca de um milhão de moradores e, pela legislação em vigor, poderia eleger até 29 vereadores, conforme ocorreu no pleito de 2012. Como uma nova redução foi aprovada este ano, ficou fixado o número de 11 vagas, seis a menos que a quantidade de eleitos em 2016.
Sobre o tamanho da próxima formação da Casa o que existe até esta sexta-feira (21), é incerteza, pois não há nenhuma sessão marcada até agora para votar um dispositivo legal voltando ao total de 17 cadeiras ou elevando para 21 parlamentares. Os que estão de fora e se lançando para a eleição que vai acontecer no dia 15 de novembro, defendem 25 vagas e até ameaçam entrar na Justiça, como se ainda houvesse prazo para isto e se a decisão não fosse exclusiva da Câmara, que hoje tem um dispositivo aprovado, sancionado e publicado em diário oficial.
Cortes começaram em 2014 – Nova Iguaçu tem hoje um número de vereadores que corresponde ao teto definido para um município com universo populacional entre 80 mil 120 mil moradores. Em julho de 2016, quando a Casa tinha 29 membros, foi aprovado um projeto cortando mais quatro cadeiras, metade do que já havia sido subtraída em proposta votada em 2014, com uma lei fixando em 21 o número de vereadores para a próxima legislatura.
Em 2014 o número de cadeiras foi fixado em 21 e dois anos depois caiu para 17, o que agradou a população, mas criou um clima hostil entre os vereadores, com direito a bate-boca através de um grupo de formado por políticos no WhatsApp. Na época, o então vereador Arthur Fabiano Lima de Andrade, o Arthur Leal – que teve 2.560 votos pelo PT em 2012 e trocou a legenda pelo PSL para disputar em 2016 – usou o WhatsApp para dizer que a redução não o preocupava…
“Se eu perder a eleição nesse bloco com nove vagas eu não vou ganhar de ninguém. Se eu tivesse medo de vereador, não estava nem na rua. Não tenho medo não, meu filho”, disse o vereador, definindo como “bloco” uma coligação encabeçada pelo PMDB, que tinha a pretensão de ficar com nove das 17 cadeiras e ganhou cinco.
Embora estivesse no bloco que reuniu PMDB, PTB, PV e PSL, Arthur que foi favorável às 17 cadeiras, ficou na oitava suplência, somando 3.664 votos.
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