Apontado como sócio do pastor Everaldo Dias Pereira, o empresário e também pastor Edson Torres, preso na operação Tris in Idem, fez novas revelações ao Ministério Público Federal, deixando o governador Wilson Witzel em situação ainda mais delicada. De acordo com o que foi revelado, o esquema de cobrança de propina junto às organizações sociais contratadas pelo governo do Rio já tinha rendido cerca de R$ 50 milhões.
Segundo o MPF, depois de cumprir prisão temporária o empresário procurou a instituição para prestar depoimento. Há muita expectativa diante das revelações feitas por Torres, que já revelou por exemplo, ter feito pagamentos a Witzel em 2018, quando ele ainda era juiz federal.
Ainda segundo o MPF, Edson, acompanhado de sua advogada, procurou o órgão espontaneamente “para confessar sua participação no grupo criminoso e descrever, de forma minuciosa, como a organização foi planejada, montada e executou parte de seus crimes”.
Caixinha de propina – De acordo com o que foi revelado, a propina recebida das OS ia para uma espécie de caixinha criada dentro da Secretaria de Saúde. Isso já havia sido revelado pelo ex-secretário Edmar Santos e agora confirmado por Torres, que informou ainda o montante que já teria sido arrecadado: R$ 50 milhões entre janeiro de 2019 e junho de 2020.
Na nova denúncia apresentada à Justiça apresentada pelo MPF contra o suposto esquema de corrupção instalado do governo fluminense, Edson Torres é apontado como membro do grupo do pastor Everaldo Dias, “responsável por uma das fatias da divisão de poder no governo, que tinha como principais mecanismos de obtenção de recursos financeiros o direcionamento de licitações de organizações sociais, mediante a instituição de uma ‘caixinha de propina’ abastecida pelas OSs e seus fornecedores, e a cobrança de um percentual sobre pagamentos de restos a pagar a empresas fornecedoras do Estado.”