Indicada ao governo estadual para gerir o Hospital Regional do Médio Paraíba Dra. Zilda Arns Neumann – através de um contrato com valor inicial de R$ 58,5 milhões – pelo ex-prefeito de Volta Redonda Gothardo Lopes Neto, a Associação de Proteção à Maternidade e à Infância de Mutuípe (IMAPS), originária do estado da Bahia, poderá ter o contrato rescindido. Para isto o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, que está passando um pente fino nas contratações diretas feitas na gestão do governador afastado Wilson Witzel para o enfrentamento da covid-19, encaminhou ofício à Secretaria de Saúde para que, em 15 dias, sejam prestados esclarecimentos sobre possíveis irregularidades.
Uma das irregularidades apontadas pelo TCE está no fato de que a divulgação do edital estabeleceu prazo de 48 horas para que os interessados no contrato “apresentassem a documentação pertinente e a proposta de trabalho, sem qualquer justificativa técnica para tal prazo”. A Corte de Contas exige ainda a comprovação da economicidade e a estimativa baseada em pesquisa de preços com três fontes de referência, além de esclarecimentos sobre a execução do contrato.
Favorecimento – Em delação premiada ao Ministério Público Federal o ex-secretário estadual de Saúde Edmar Santos relatou que quem indicou a OS para o Hospital Dra. Zilda Arns foi o ex-prefeito Gothardo Lopes Netto, apontado como amigo do governador Wilson Witzel.
Equipes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal estiveram no condomínio do médico e ex-prefeito de Volta Redonda, Gothardo Netto, na manhã desta sexta-feira (28) para cumprir mandados de busca e apreensão. Gothardo foi preso durante uma operação que investiga corrupção no governo estadual.
O ex-prefeito foi preso no dia 28 de agosto. De acordo com as investigações do MPF, o Hospital Hinja, que é de propriedade do ex-prefeito, teria depositado mais de R$ 550 mil nas contas do escritório de advocacia da mulher do governador entre agosto de 2019 e maio de 2020.