Em busca de governabilidade para um eventual segundo mandato, o presidente Jair Bolsonaro terá no nome do candidato à vice-presidência na chapa a principal escolha para a candidatura à reeleição, em 2022. A avaliação é do cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Cláudio Couto. Segundo ele, já que o atual vice-presidente Hamilton Mourão, novato na política, foi escanteado pelo governo, a procura por um perfil mais político poderia ajudar a conciliação a partir de 2023. Entretanto, ao buscar ampliar a governabilidade, Bolsonaro pode acabar com um futuro vice “traidor”.
De acordo com Couto, Mourão foi escolhido em 2018 por dar certa segurança ao chefe do Executivo, pois seria um vice que ninguém gostaria que assumisse. Mas, após três anos de governo e diversos atritos, Mourão está distante do presidente, que o classificou como um cunhado. “Você casa e tem que aturar”, ironizou o presidente.
Para 2022, Bolsonaro – que Couto avalia como fragilizado devido à queda da popularidade e seus movimentos de aliança com o Centrão – pode escolher um vice entre os integrantes da área mais fisiológica da política. “Se ele (Bolsonaro) escolher um vice de dentro da classe política mais estabelecida, o risco é de viver o que a Dilma (Rousseff) viveu com (Michel) Temer, de ter um vice que pode de alguma forma conspirar contra ele”.
Além da escolha do vice, outros fatores que devem influenciar na campanha de 2022 e na eventual governabilidade de Bolsonaro são as alianças políticas e por qual partido disputará as eleições.
(Com a Agência Estado)