Avanço de Lula deixa petistas assanhados na Baixada com vistas às eleições municipais de 2024, mas há rejeição a Lindberg Farias

● Elizeu Pires

Nova Iguaçu está nos planos do PT, mas estragos causados pela gestão de Lindberg Farias ainda estão vivos na memória do iguaçuano

Desde 2016 fazendo apenas figuração nas disputas eleitorais nos 13 municípios que formam a Baixada Fluminense, a ponto de ter elegido apenas quatro vereadores em 2020 numa região com mais de dois milhões de eleitores, o Partido dos Trabalhadores voltou a se assanhar.

A empolgação no PT se deve aos números das  pesquisas de intenção de votos que mostram que a maior estrela da legenda, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, derrotaria nas urnas o presidente Jair Bolsonaro em 2022 sem grandes dificuldades. Por conta disso um assanhamento se espalha, levando velhos nomes da legenda a pensarem em concorrer a prefeito em 2024.

No pleito de 2020 o partido lançou candidatos próprios em Paracambi, Queimados, Nova Iguaçu, Nilópolis, Duque de Caxias e São João de Meriti, mas os nomes escolhidos não deram nem para a saída, cabendo ao PT se contentar com a eleição dos vereadores Junior Martins (Japeri), Igo Menezes (Belford Roxo), Eduardo Moreira (Caxias) e Alvaro Alencar (Magé), mas nos tempos de Lula e Dilma no Palácio do Planalto o Partido dos Trabalhadores governou os municípios de Paracambi, Nova Iguaçu, Belford Roxo e Mesquita, elegendo os prefeitos André Ceciliano e Tarciso Pessoa; Lindberg Farias, Alcides Rolin e Artur Messias. Em 2016 o partido ainda chegou emplacar o então vereador Carlos Ferreira como vice do prefeito Rogério Lisboa, mas a coisa desandou deste então.

Hoje maior nome petista no estado do Rio de Janeiro, o presidente da Assembleia Legislativa, André Ceciliano, já tem o dedo de Lula apontado em sua direção para uma possível disputa ao Senado, mas André tem sobre si o olhar cobiçoso do ex-prefeito de Niterói e pré-candidato a governador, Rodrigo Neves, e carrega nos ombros a responsabilidade de tirar a legenda da “lanterninha” nas disputas municipais.

Ato falho – Se nomes locais estão empolgados, tem petista de muitos anos de caminhada lamentando o atropelo de alguns companheiros que decidiram reconduzir o polêmico Lindberg Farias à região, mais precisamente para Nova Iguaçu, município onde ele exerceu um mandato e meio de prefeito, saindo sem deixar saudade.

Farias foi eleito em 2004 e reeleito em 2008. Em março de 2010 renunciou, entregando a Prefeitura aos cuidados da então vice-prefeita Sheila Gama. Com tantos estragos feitos por uma gestão desastrosa, Lindberg queimou o filme do partido na região, e há quem diga que o jeito lindbergniano de governar atingiu, na Baixada, mais a imagem do partido do que os escândalos de corrupção apontados no governo federal.

“Lindberg foi um erro lamentável que não podemos permitir que volte a ser cometido. Nova Iguaçu não merece isso”, diz um petista de primeira hora.

Matéria relacionada:

Prefeito que fechou hospital, enterrou clínicas conveniadas, faliu prestadores de serviços e arrombou a previdência municipal aposta na memória curta do povo para tentar voltar ao governo em Nova Iguaçu

Envie seu comentário:

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *.