Comprovação de frequencia solicitada não foi enviada ao Ministério Público
Jogando para a platéia, mais de três anos após ter conhecimento do problema, o prefeito de Macaé, Aluizio dos Santos Junior, o Dr. Aluizio, anunciou, em fevereiro, uma operação caça-fantasmas e determinou o retorno de mais de 300 servidores em disponibilidade – que, segundo o governo, estariam recebendo sem trabalhar – a seus setores de origem. Entretanto, em pelo menos um caso a administração municipal não estaria colaborando com as investigações abertas pela 1ª Promotoria de Tutela Coletiva (núcleo local), deixando de enviar documentos solicitados. O caso específico é do secretário de Turismo de Santa Maria Madalena, Clementino da Conceição Filho (filho do prefeito daquele município, Clementino da Conceição), que foi aprovado em 2011 para a função de auxiliar de serviços gerais, mas é apontado como “fantasma” desde que foi empossado no cargo (em 2012) e colocado à disposição do gabinete do prefeito, onde permaneceu até setembro do ano passado.
Para esclarecer se o filho do prefeito do município vizinho era mesmo funcionário fantasma da Prefeitura de Macaé, o MP solicitou o envio de vários documentos, inclusive a ficha funcional e as folhas de frequencia do período de outubro de 2012 a novembro de 2015, mas a Procuradoria Geral informou, no dia 16 de junho, ter encontrado apenas a folha de ponto do mês de junho de 2014. Ao Ministério Público foi informado pela Coordenadoria de Recursos Humanos Lotação que Clementino da Conceição Filho esteve lotado junto a Secretaria de Assuntos Comunitários até 2014 e que agora está à disposição da Secretaria de Administração e com o pagamento bloqueado. Como nem todas as informações requeridas foram prestadas, o MP reiterou o pedido.
O vínculo funcional de Clementino Filho com a Prefeitura de Macaé se deu a partir de sua aprovação no concurso realizado para cargos de nível fundamental completo e incompleto em 2011. Ele foi convocado em outubro do ano seguinte para a para a função de auxiliar de serviços gerais e lotado no Colégio Municipal Professora Elza Ibrahim, mas nunca teria pisado lá, pois tão logo nomeado foi colocado à disposição do gabinete
Embora tenha buscado um emprego de auxiliar de serviços gerais, em 2012 Clementino Filho declarou a Justiça Eleitoral ser dono de 100% quotas de capital da empresa C da Conceição Filho e ter curso superior incompleto. Naquele ano ele disputou uma cadeira de vereador em sua cidade, concorrendo pelo PP e conseguiu 222 votos.
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