Segredo sobre contas da Câmara de Silva Jardim parece não incomodar os vereadores, assim como o fato de uma CPI proposta para apurar possíveis irregularidades na Prefeitura não sair do papel
● Elizeu Pires
Que o presidente da Câmara de Silva Jardim, minúsculo município do estado do Rio de Janeiro acha que não precisar mostrar a contabilidade da Casa, e que não precisar dar qualquer satisfação aos contribuintes todos por lá já perceberam. Mas não ter ninguém no Poder Legislativo disposto a cobrar a devida transparência, é um absurdo ainda maior, já que estão deixando Fabrício Azevedo Lima Campos, o Fabrício de Napinho (foto), fazer o que bem entende.
Além do segredo sobre a receita e as despesas da Casa, Fabrício é questionado por ignorar os procedimentos para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar supostas irregularidades na administração municipal. Para a CPI sair do papel estaria faltando apenas a votação em plenário, o que, ao que parece, se depender da vontade de Fabrício não vai acontecer tão cedo.
Por falta de um site oficial que realmente funcione os moradores de Silva Jardim não sabem quando a Câmara de Vereadores recebe mensalmente de repasses do Executivo, muito menos o que gasta, com quem ou com o que gasta.
Esta semana, por exemplo, veio a tona a locação de um prédio para instalação dos gabinetes dos vereadores. Sabe-se que as salas foram equipadas com móveis e computadores, mas o valor do aluguel e o custo da montagem dos gabinetes parecem ser segredo de estado, assim como não se conhece os critérios usados por Fabrício para pagar a um nomeado gratificação de até 90% sobre o vencimento mensal do assessor.