Números que envergonham o planeta

Relatório diz que 758 milhões de adultos não liam ou escreviam uma frase simples em 2015

De acordo com o 3º Relatório Global sobre Aprendizagem e Educação de Adultos (Grale III), divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), 758 milhões de adultos, incluindo 115 milhões de pessoas com idade entre 15 e 24 anos, não tinham capacidade de ler ou escrever uma simples frase em 2015. O documento aponta que a maioria dos 144 países signatários do Marco de Ação de Belém, assinado em 2009 no Brasil, não alcançou a meta da Educação para Todos, um compromisso firmado por 164 governos reunidos na Cúpula Mundial de Educação, em Dakar, em 2000), de atingir 50% de melhoria nos níveis de alfabetização de adultos até 2015.

O Marco de Ação de Belém foi aprovado durante a 6ª Conferência Internacional de Aprendizagem e Educação de Adultos, com os representantes dos países se comprometendo a melhorar a aprendizagem e a educação de adultos em cinco áreas: políticas, governança, financiamento, participação e qualidade, adotando ações em aprendizagem e educação de adultos por meio de políticas públicas e leis. Segundo o levantamento, a maioria dos excluídos da escola é formada por meninas: 9,7% das meninas de todo o mundo estão fora da escola, índice comparado a 8,3% dos meninos. O estudo também aponta que 63% dos adultos com baixas habilidades de alfabetização são mulheres. “A educação é essencial para a dignidade e os direitos humanos e é uma força para o empoderamento. A educação de mulheres também tem grande impacto nas famílias e na educação das crianças, influenciando o desenvolvimento econômico, a saúde e o engajamento cívico de toda a sociedade”, diz trecho do Grale III.

A Unesco diz, 81% dos países que responderam às perguntas do levantamento disseram que suas políticas tratam de adultos com baixos níveis de alfabetização e habilidades básicas. “Entretanto, vários grupos continuam marginalizados: as políticas de aprendizagem e educação de adultos de apenas 18% dos países tratam de minorias étnicas, linguísticas e religiosas. Somente 17% dos países tratam de imigrantes e refugiados e somente 17% tratam de adultos com deficiências”.

O estudo revela que 75% dos países relataram ter melhorado significativamente suas políticas e leis em aprendizagem e educação de adultos desde 2009. Em contrapartida, 70% disseram ter aprovado novas políticas nessa área desde 2009. Para 85% dos países, a alfabetização e as habilidades básicas são prioridades dos programas de aprendizagem e educação de adultos. Na Europa Central e no Leste Europeu, por exemplo, somente 57% dos países dão prioridade a essa área.

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