● Elizeu Pires
Ao que parece alguém deve ter dito ao presidente da Câmara de Vereadores de Japeri, Walter Trajano, que ele manda muito, pode tudo e que decisão judicial é um mero detalhe, e ele deve ter acreditado. Isso porque Trajano impediu que um vereador participasse do processo, gerando uma grande confusão.
Tudo aconteceu porque Junior Martins, que havia sido exonerado a pedido do cargo de secretário de Assistência Social para poder votar foi barrado, mesmo sendo o titular da cadeira temporariamente ocupada pelo suplente Luciano Terra.
Trajano alegou que – para valer – a exoneração teria de ter sido publicada no diário oficial, quando, na verdade, bastaria que o pedido tivesse sido protocolado na Prefeitura, o que de fato ocorreu. Não se sabe se a não publicação tenha sido uma manobra para impedir que Junior votasse numa candidatura de oposição ao atual comando da Casa, ou se fora só caso de esquecimento, o que todos por lá duvidam. O fato é que Martins teve o direito de votar reconhecido pela Justiça, mas ignorado pelo presidente da Câmara.
Medo de derrota – O que corre nos ambientes políticos de Japeri é que Trajano teria manobrado para evitar que uma chapa encabeçada pelo vereador Rogério Gomes Castro, mais conhecido como Rogerinho da RR, vencesse a disputa, destronando Walter da cadeira de presidente.
O que precisa ser esclarecido agora é se a portaria de exoneração deixou de ser publicada por descuido ou fora objeto de manobra, gerando um motivo para que o presidente não permitisse o retorno de Junior Martins à Casa e pudesse contar com o voto do suplente.
A tese da manobra está ganhando força nos ambientes políticos, porque a prefeita Fernanda Ontiveros exonerou o secretário de Governo Francisco Nacelio e outros membros do primeiro escalão, que supostamente apoiariam Rogério, que é do mesmo partido da prefeita, o PDT.
Uma exoneracao ser ou não considerada em japeri, é muito relativa.
Eu mesmo pedi exoneracao e depois uma retratacao antes da publicacao. E a procuradoria do municipio deu indeferido. Eu não sei que princípios eles se baseiam. Mesmo sabendo que não há regras para exoneracao, mas deveria ter um protocolo a seguir.