Operações feitas neste domingo foram vistas como ações orquestradas para dificultar o acesso de eleitores aos locais de votação
● Elizeu Pires
Desde sexta-feira (28) que Silvinei Vasques, diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), sabia que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia proibido a realização de qualquer operação neste domingo que pudesse dificultar o acesso dos eleitores aos locais de votação.
A decisão, entretanto, foi ignorada por ele, que ordenou a realização de várias barreiras, principalmente nas estradas federais do Nordeste, região que despertou o ódio de bolsonaristas radicais por conta da estrondosa votação obtida no primeiro turno pelo ex-presidente Lula nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Se a intenção de Silvinei era prejudicar Lula, o tiro saiu pela culatra, pois os números do segundo turno foram ainda maiores. Ontem o petista Luiz Inácio Lula da Silva bateu o presidente Jair Bolsonaro com uma diferença de mais de dois milhões de votos, e, pode-se dizer, a salvação da lavoura veio novamente do Nordeste. Foram 56,68% em Alagoas, 72,12% na Bahia, 69,97% no Ceará, 71,12% no Maranhão, 66,62% na Paraíba e 66,93% no estado de Pernambuco. No Piauí Lula teve neste domingo 76,85%, seguido de 65,10% no Rio Grande do Norte e 67,21% no estado de Sergipe.
No primeiro turno a votação de Lula foi de 56,50% em Alagoas, 69,73% na Bahia, 65,91% no Ceará, 68,84 no estado do Maranhão, 64,21% na Paraíba, 65,27% em Pernambuco, 74,25% no Piauí, 62,98% no Rio Grande do Norte e 63,82% em Sergipe.