Secretária de Educação, ela é acusada de assedio moral ao sugerir jegue como transporte
Em pé de guerra desde o início do ano por causa do plano de carreira que não é pago desde 2016, os professores da rede municipal de ensino de Seropédica decidiram não deixar barato “desabafo infeliz” feito pela secretária de Educação Sônia Oliveira de Souza (foto) durante uma reunião com as diretoras de escolas, para tratar da carona aos profissionais de ensino no transporte escolar. “Eles irão se comprometer com vocês a auxiliar a criança no ônibus. Aquele que não quiser ajudar, não tem problema. Não é obrigado, mas eu também não sou obrigada a dar carona pra ele. Ele vai a pé! Ou então, ele aluga um jegue. Tem um monte de jegue baratinho. Com R$ 200 você compra um jegue”, disse a secretária na reunião, fala que foi gravada por uma das diretoras e divulgada pelo no site do jornal Perfil.
A reunião aconteceu no dia 18 de maio, mas a colocação da secretária só teve repercussão a partir da divulgação do áudio, o bastante para provocar uma reação da categoria, que, através do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação, decidiram processar a secretária por assédio moral. Os professores se sentiram desrespeitados e estão recebendo apoio da população.
Em vez de acalmar os ânimos, o “pedido desculpas” irritou ainda mais os professores que trabalham em pelo menos cinco escolas que funcionam em localidades para as quais não existem linhas de ônibus. “Foi um desabafo infeliz. Peço desculpas aos que se sentiram constrangidos. Minha reação foi consequência das reclamações de pais e mães de alunos que procuraram a Prefeitura para se queixar de que alguns professores estavam ocupando indevidamente o espaço dos alunos nos ônibus escolares. Os professores de Seropédica recebem R$ 160 mensalmente como ajuda de custo de transporte. Estavam economizando dinheiro com a utilização indevida do transporte exclusivo para os alunos. Não esperava que a minha reação numa reunião com diretoras fosse ter essa repercussão toda. Foi quase uma brincadeira. Não tive a intenção de magoar ninguém”, afirmou a secretária que, como na reunião do dia 18 de março, perdeu, com essa declaração, uma grande oportunidade de ficar calado, pois pais de alunos matriculados nas unidades de difícil acesso afirmam que nunca reclamaram da presença de professores nos ônibus.