● Elizeu Pires
Alguém precisa dizer ao prefeito de Itaboraí, Marcelo Delalori (PL), que os tempos de ditadura já se foram há anos e que o regime hoje é regido pelo estado democrático de direito, goste ele ou não, e o aviso deve ser estendido ao irmão dele, o deputado estadual Guilherme Delalori, do mesmo partido. O alerta se faz necessário devido ao clima tenso nos ambientes políticos locais, tendo sido denunciado até ameaça, tudo já por conta das eleições de 2024, quando Marcelo vai tentar a reeleição.
Eleito em 2020 com apoio do PT, o hoje prefeito tratou logo de romper com o vice-prefeito, o petista histórico Lourival Casula. Só que agora o partido se prepara para enfrentar Delalori nas urnas. E é exatamente aí que que estaria a causa de toda a tensão.
Segundo voz corrente nos corredores do poder, os irmãos Delalori não gostam de ser contrariados e são adeptos da mesma filosofia bolsonarista do “nós contra eles” e do “bem contra o mal”, embora Marcelo tivesse que bater cabeça para o PT para vencer a disputa em 2020. Aliás, os Delalori só foram parar em Itaboraí, por causa do hoje deputado federal Washington Luiz Cardoso Siqueira, o Quaquá, ex-prefeito de Maricá, município de onde Marcelo saiu.
Aliados até bem pouco tempo, Quaquá e os irmãos Delalori hoje seriam mais que adversários. Seriam inimigos, segundo sugere um registro de ocorrência policial pela deputada estadual Rosângela de Oliveira Zeidan, apontada como pré-candidata à Prefeitura de Itaboraí.
À Polícia ela, que é vice-presidente da Assembleia Legislativa, contou que esteve em Itaboraí na semana passada e que foi seguida por dois veículos durante todo o percurso, o que a deputada entendeu como ameaça, uma vez que, segundo contou, teria sido alertada para não ir ao hoje considerado pelo prefeito e o irmão deputado como território dos Delalori.
Já ao portal de notícias Metrópoles a deputada foi mais contundente. “E na mesma semana o deputado Guilherme Delaroli me abordou em um evento com o governador (Claudio Castro) me dizendo para não ir para Itaboraí porque lá vai ser guerra”, ameaça que, segundo ela, teria ocorrido depois de ela ter dito que pretende concorrer à sucessão de Marcelo.
*O espaço está aberto para manifestação dos citados na matéria