Itaguaí: Denúncia de compra de votos para afastar presidente da Câmara mostra a podridão na política local

● Elizeu Pires

O advogado Siro Darlan fez a defesa do presidente afastado e citou a suposta compra de votos – Foto: Reprodução

Em segunda votação a Câmara Municipal de Itaguaí confirmou, na última terça-feira (17), o afastamento do presidente da Casa, Gil Torres (União Brasil), acusado de quebra de decoro parlamentar e abuso de poder, mas o que chamou a atenção não foi o resultado (10 votos pela saída de Gil), pois esse já era esperado, por conta do que havia ocorrido na primeira votação, na semana passada.

O que não era aguardado naquela seção é a denúncia apresentada como peça de defesa pelo advogado de Torres, o desembargador aposentado Siro Darlan, com áudios que revelam um suposto esquema de compra de votos por parte do prefeito da cidade, Rubem Vieira de Souza, o Dr. Rubão. Nas gravações feitas por um ex-assessor parlamentar, dá para ouvir o vereador Alex Alves dizer que Rubão tem problema pessoal com Gil, sugerindo que o prefeito seria capaz de fazer qualquer coisa para tirar Torres da Casa.

Pelo que está nas gravações, o prefeito teria pago R$ 300 mil por voto. Sentindo-se ameaçado, o ex-assessor de Gil, identificado como Jeam Michel, disse que vai pedir proteção policial, e o presidente afastado já recorreu à Justiça para tentar reverter a decisão do plenário.

A política em Itaguaí vem sendo machada por escândalos e atos de violência desde a década de 90. Em janeiro de 1991 o vereador Dalto Apolinário foi executado a tiros. Em junho do mesmo ano o prefeito Abeilard Goulart foi assassinado em uma praça, nas proximidades de sua casa. Em março de 2006 o vereador Elizer Lage Bento levou quatro tiros, em maio deste ano o carro de Gil Torres foi alvo de disparos de arma de fogo numa suposta tentativa de assalto.

*O espaço está aberto para manifestação dos citados na matéria

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