Prefeito de Casimiro de Abreu prometeu investigar negócios em família quando era vereador de oposição, mas não houve CPI alguma

● Elizeu Pires

Quando era vereador Ramon não perdia uma chance de criticar e apontar irregularidades no governo – Foto: Reprodução

Vinte e quatro horas após a publicação da matéria Genro de secretária vende de quase tudo em Casimiro de Abreu, que foi veiculada em 14 de janeiro de 2018, o então vereador de oposição ao governo de Paulo Dames, Ramon Gidalte resolveu surfar na onda e anunciou que proporia uma CPI para apurar os contratos firmados entre a Prefeitura e a empresa G&M Empreendimentos e Serviços, que pertencia ao genro da então secretária de Comunicação, Renata Sarzedas, Guilherme Macabu de Oliveira, mas a tal investigação pelo Legislativo não aconteceu.

O tempo passou, Ramon virou prefeito e até empregou em seu governo o parlamentar que presidia a Câmara Municipal à época e ignorava todas as denúncias. Rafael Jardim hoje comanda a Secretaria de Obras, a ex-secretária de Comunicação estaria exercendo cargo administrativo da Secretaria de Educação, e a G&M, agora com novo nome e outro dono (está registrada na Receita Federal em nome de Michele de Oliveira Macabu), continua faturando junto à Prefeitura, inclusive fornecendo para a Secretaria de Educação, operando como TRM Soluções, mas com o mesmo CNPJ da G&M.

Quanto ao genro de Renata, ele aparece como dono das empresas Start Med Distribuidora e Start Comercial, que juntas já receberam mais de R$ 6 milhões, total obtido com a soma dos pagamentos feitos em 2021, 2022 e 2023, conforme pode ser conferido aqui, recebimentos resultantes de fornecimentos às secretarias de Educação e Saúde.

Ar-condicionado – Conforme foi revelado na matéria Explica mais essa, prefeito, a TRM teve aderida pela Secretaria de Educação de Casimiro de Abreu uma ata de registro de preços no valor global de R$ 1.208.820,00, que tem como objeto um ano de locação de 240 aparelhos de ar-condicionado, incluindo no preço os serviços de instalação e manutenção, o vai dar R$ 5.036,75 por cada unidade disponibilizada.

A adesão se deu após a realização de um processo para compra de 75 unidades, pregão que foi vencido pelas empresas Denteck (44 aparelhos de 18000 BTUs), Superar (14 unidades também de 18000 BTUs) e A Econômica (17 aparelhos de 24000 BTUs).

Incluindo o serviço de instalação que ficou a cargo da empresa ELLU Comércio e Serviços por R$ 31.500,00, a aquisição dos 75 aparelhos custou aos cofres da municipalidade R$ 260.068,88. Considerando os valores registrados no Pregão 24, realizado em outubro de 2023, a Secretaria Municipal de Educação poderia ter comprado 300 aparelhos pela soma de R$ 914.275,52 e instalado todos eles ao custo global de R$ 126 mil, o que daria o total de R$ 1.040.755,20.

Com essa opção a Secretaria Municipal de Educação gastaria menos R$ 234.500,00 e incorporaria as 300 unidades ao patrimônio público.

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