Ainda traumatizados com o desastre ecológico de grandes proporções que aconteceu no dia 18 de janeiro de 2000, quando um defeito nas tubulações da Refinaria de Duque de Caxias (Reduc) contribui para lançamento de 1,3 milhões de litros de óleo mas águas da Baía de Guanabara, pescadores e catadores de caranguejo de Magé voltaram a ter suas atividades interrompidas. Há uma semana, resultado de uma tentativa de roubo nos dutos que cortam o município, aconteceu um novo vazamento, este pequeno se comparado ao de 18 anos atrás, mas grande em preocupação, pois muitos trabalhadores ainda não foram indenizados. Para buscar a reparação dos danos, representantes da Prefeitura, Ordem dos Advogados e da Colônia de Pesca Z-9 formaram o grupo de trabalho que vai definir como serão cobrados a compensação dos danos ambientais e o impacto das famílias envolvidas.
“Montamos grupos de trabalhos com focos nas ações emergenciais. Vamos formalizar nossas reivindicações através de ofício para a Transpetro, com todos os dados que a gente já têm e convocá-los para uma reunião”, disse o prefeito Rafael Santos de Souza, explicando ainda que esta semana a entidade que representa os pescadores vai passar todos os dados para a Secretaria de Assistência Social, para que Prefeitura preste a assistência necessária.
“Nós estamos responsáveis por cuidar do cadastro do pescador que já participa da associação e a todos que por outro motivo, estão de fora. Nós temos responsáveis por fazer o cadastro dos pescadores e dos caranguejeiros, porque a gente não pode deixar ninguém de fora. O acordo é melhor que uma briga e nós queremos saber deles o que será feito, quando será feito e como será feito. Os impactos vão perdurar e nós queremos ações efetivas não só agora, mas para o futuro. A Baía de Guanabara já estava respirando e várias espécies estavam aparecendo. Estávamos vivendo um novo momento, mas agora estamos prejudicados novamente”, afirma Elaine Cristina, presidente da Z9.Z
Segundo a Prefeitura, uma equipe da Secretaria Municipal de Meio Ambiente está acompanhando o trabalho da Transpetro na retirada do óleo e monitorando o volume dos danos ambientais. “Nossa equipe está acompanhando todo o trabalho. No momento já foram retirados mais de 60 mil litros de óleo e ainda falta muita coisa. A APA Estrela foi atingida, o Parque Natural Municipal Barão de Mauá também e a Baía de Guanabara. Nossa preocupação é com os pescadores que dependem disso para sobreviver e com todos os danos ambientais. Não podemos aceitar esses danos em Magé e deixar ficar por isso mesmo. Então estamos fiscalizando e contamos com a ajuda de todos para que nosso município e nossa população não sejam lesadas mais uma vez, como em 2000”, diz Renata Aquino, técnica da secretaria.
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