Câmara de Vereadores levou quase oito anos para descobrir que repasses para previdência dos servidores vêm sendo retidos
● Elizeu Pires
Uma semana após o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) ter emitido parecer contrário à prestação de contas do prefeito Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho (Republicanos), referente ao exercício de 2022, a Câmara de Vereadores de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, resolveu abrir um processo de impeachment contra ele, proposição que vem sendo abanada pelo presidente da Casa, Markinho Gandra (União Brasil), um velho conhecido do Ministério Público e da Justiça.
Uma das alegações são irregularidades envolvendo os repasses que a Prefeitura tem de fazer mensalmente ao órgão de previdência dos servidores do município, o Previde, problemas que se arrastam deste 2017 e que, ao que parece, nunca causaram preocupação em Markinho Gandra e nos demais vereadores.
Apontado como “soldado” do prefeito eleito Marcio Canella, de quem estaria esperando apoio para continuar presidindo o Legislativo, Gandra, segundo alguns observadores da política em Belford Roxo, não seria o mais indicado para comandar um processo de cassação contra Waguinho, pois, segundo entendem por lá, “já deveria estar fora da vida pública há muito tempo”.
Se cassado, Waguinho ficará inelegível por pelo menos oito anos, o que o deixaria fora das eleições de 2026, ano em que o próprio presidente da Câmara deverá tentar um mandato de deputado. O processo de impeachment, segundo gente da política local, teria sido uma encomenda para alijar Waguinho, fazer de Gandra prefeito pelo menos por alguns dias, e fazer um agrado ao próprio Canella, que até agora não emitiu opinião sobre a manobra de seu aliado mais importante na atual medida de forças.
*O espaço está aberto para manifestação dos citados na matéria
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