Servidores dizem que ele estaria dando as cartas na Secretaria de Saúde
● Elizeu Pires
Servidores da Secretaria de Saúde de Silva Jardim estão querendo saber por que um digitador concursado está dando as ordens no setor, mandando, segundo eles, mais que a prefeita Maria Dalva Silva do Nascimento e a titular da pasta Vanessa Pintas.
De acordo com alguns funcionários, Matheus Rodrigues da Costa Neto estaria funcionando como “super secretário”. Oriundo de Rio Bonito, onde foi vice-prefeito e secretário de Saúde, Matheus teve grande participação no primeiro mandato do ex-prefeito Anderson Alexandre – que esteve preso por quase quatro meses – e chegou a ser apontado como o homem que apresentou o então prefeito ao representante da Compillar Entretenimento Prestadora de Serviço, empresa citada como envolvida em fraudes em São Gonçalo e possivelmente em outros municípios, além de Silva Jardim e Iguaba Grande.
A Compillar tinha contrato na Prefeitura de Rio Bonito quando o representante conheceu Anderson Alexandre. Isto teria ocorrido em 2017, ano em que foi lançado o projeto Mais Luz Silva Jardim, a cargo da Compillar, contratada, segundo o Ministério Público denunciou à Justiça em novembro do ano passado, através de um esquema criminoso que, pelo que conta em denúncia, teria sido montado para obtenção de vantagens ilícitas, “a partir da solicitação de valores espúrios a empresários, em troca da celebração de contratos com o município, por meio de fraudes em processos de licitação”.
O nome do hoje subsecretário de Saúde da cidade não aparece, em nenhum momento, como participante do esquema apontado pelo MP. Matheus é citado apenas como a pessoa que teria apresentado Anderson Alexandre ao representante da Compillar. Não há nenhum crime nisto, mas o que se questiona é o fato de uma pessoa próxima ao ex-prefeito ter atuação importante na nova gestão, já que o atual governo tenta mostrar que teria se desligado por completo do anterior.
Embora o sistema da Prefeitura de Silva Jardim não disponibilize nenhuma portaria com a nomeação de Matheus como subsecretário, em fevereiro deste ano ele recebeu proventos brutos no total de R$ 7.437,08, sendo R$ 2.274,90 como servidor efetivo, na função de digitador.