● Elizeu Pires

O ex-secretário de Transportes Washington Reis (MDB), nunca esteve disposto a apoiar Eduardo Paes (PSD), e sua aproximação com o prefeito do Rio teria se dado apenas para usar a mídia no sentido de tensionar, esticar a corda com o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União) e provocar uma reação drástica por parte do governador Claudio Castro.
Esse é o entendimento de alguns no entorno de Eduardo Paes, depois de o ex-secretário ter anunciado nesta quinta-feira (10), que pretende candidatar-se ao governo do estado, criando uma terceira via para concorrer com Paes e Bacellar. Para pessoas ligadas ao prefeito do Rio, uma político que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro como Deus jamais somaria com Eduardo.
Chamado nos meios políticos da Baixada Fluminense de “espalha motinho”, Reis, na opinião de várias lideranças no estado, não só sabia que seria exonerado, como teria trabalhado por isso. “Tentou a demissão quando anunciou por conta própria a redução das tarifas do transporte público, propagando um corte que sequer tinha sido projetado. Naquele momento a intenção era sair como vítima, para poder dizer na mídia que foi tirado do cargo porque queria beneficiar a população. Como não deu certo, fez várias reuniões com Eduardo Paes e tornou público que não apoiaria Bacellar”, diz um observador atento aos fatos.
Quem leu a mensagem na qual Claudio Castro anunciou que não revogaria a portaria de Bacellar, foi informado de que “a demissão do secretário Washington Reis vinha sendo tratada e discutida, nas últimas semanas”, devido um comportamento contrário por parte de Reis, mas também percebeu que o governador está dividido e que só não revogou a demissão por temer tensionamento maior com o presidente da Alerj, que havia ameaçado romper com o governo.